VISIBILIDADE TRANS NO CINEMA BRASILEIRO "PALOMA", DE MARCELO GOMES, CONTA A HISTÓRIA REAL DE UMA MULHER TRANSGÊNERO QUE SONHA EM CASAR DE BRANCO NA IGREJA
“Essa narrativa me tocou, fiquei muito emocionado. Por que ela fala de amor, de ódio, preconceito, conservadorismo, afeto, fé, unidos de uma maneira muito singular, em um país onde existe tanto ódio contra a população trans. Então é fundamental trazer história, que vai tocar no coração de todo mundo, como tocou no nosso”, contou o diretor, na noite de abertura do Festival do Rio 2022, no Cine Odeon.
A produção marca a estreia no cinema de Kika Sena, arte-educadora, diretora teatral, atriz, poeta e performer alagoana, que vive a protagonista. “Foi muito especial estar em um filme do Marcelo Gomes. Ele acreditou muito na experiência de um cinema dito amador de atrizes e atores, apostou em um trabalho que muitas vezes não é valorizado dentro do cinema. Foi uma experiência muito gostosa de realizar e eu estou muito feliz, espero que o festival goste muito”, explica a atriz.
O longa-metragem, que foi rodado na cidade do Crato, sertão do Cariri, no Ceará, e na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, estreou no Festival Internacional de Cinema de Munique, na Alemanha. Além de trazer reflexões sobre a questão de gênero, religiosidade e as armadilhas do amor romântico, o filme também explora a subjectividade contemporânea do sertão nordestino.
Sobre o diretor
Marcelo Gomes nasceu no Recife, onde fez os primeiros contatos com o cinema como participante de cineclube. É diretor, roteirista e artista visual. Roteirizou e dirigiu Cinema, Aspirinas e Urubus (2005);, Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2009), com Karim Aïnouz, Era uma Vez Eu, Verônica (2012), O Homem das Multidões (2013), com Cao Guimarães, Joaquim (2017), e Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019).
Por: Dominique Valansi
Foto: Christian Rodrigues
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