Publicado em 03/10/2015

Beatriz, longa de Alberto Graça, foi o primeiro filme de ficção entre os concorrentes da Première Brasil a ser debatido no Cine Encontro, neste sábado, no Cine Odeon, em mesa mediada pela jornalista Flávia Guerra.

O filme conta a história de um jovem casal de brasileiros que vive em Lisboa. Quando Marcelo (Sérgio Guizé) resolve escrever seu segundo romance, Beatriz (Marjorie Estiano) o ajuda a criar a protagonista, numa jornada em que vida e literatura se confundem.

A mediadora deu início à conversa destacando o caráter feminino da obra. “É um filme escrito por homens, dirigido por um homem, mas que traz um eu feminino”, declarou. A partir dessa deixa, o diretor, Alberto Graça, falou da importância da criação desse olhar, sublinhando que a personagem principal foi lapidada durante o processo de montagem. Ainda a esse respeito falou a montadora, Marília de Moraes, se dizendo honrada por ter sido escolhida para participar do projeto. “Meu papel era defender Beatriz, fazer com que ela fosse ainda mais forte e contundente”, ponderou.

A produtora Luciana Marinho lembrou que o enredo foi pensado para ser realizado como uma coprodução internacional e revelou ainda que todas as filmagens tiveram lugar em Lisboa, ressaltando as qualidades da equipe portuguesa.

Marjorie Estiano abordou as dificuldades enfrentadas durante a construção da personagem-título, uma vez que o papel lhe demandou bastante do ponto de vista físico. A atriz afirmou que sua professora de teatro, Helena Varvaki, presente na sessão, foi fundamental para que ela pudesse encarar um desafio como esse. “Ela ressignificou essa profissão para mim”, agradeceu.

O realizador apontou que os temas principais do longa-metragem, a dor da perda e as impossibilidades do amor romântico, tornaram seu trabalho um pouco penoso. “Falar sobre a finitude do amor realmente foi muito dolorido”, asseverou, elogiando sua protagonista, que disse acreditar ter captado plenamente a personagem tal como ele a havia idealizado. “A Marjorie me deu a minha Beatriz”, concluiu.

Texto: Maria Caú

Fotos: Carolina la Cerda




Voltar