Um olhar feminino no Cine Encontro Elenco e equipe de Beatriz conversaram com o público no Cine Odeon
Beatriz, longa de Alberto Graça, foi o primeiro filme de ficção entre os concorrentes da Première Brasil a ser debatido no Cine Encontro, neste sábado, no Cine Odeon, em mesa mediada pela jornalista Flávia Guerra.
O filme conta a história de um jovem casal de brasileiros que vive em Lisboa. Quando Marcelo (Sérgio Guizé) resolve escrever seu segundo romance, Beatriz (Marjorie Estiano) o ajuda a criar a protagonista, numa jornada em que vida e literatura se confundem.
A mediadora deu início à conversa destacando o caráter feminino da obra. “É um filme escrito por homens, dirigido por um homem, mas que traz um eu feminino”, declarou. A partir dessa deixa, o diretor, Alberto Graça, falou da importância da criação desse olhar, sublinhando que a personagem principal foi lapidada durante o processo de montagem. Ainda a esse respeito falou a montadora, Marília de Moraes, se dizendo honrada por ter sido escolhida para participar do projeto. “Meu papel era defender Beatriz, fazer com que ela fosse ainda mais forte e contundente”, ponderou.
A produtora Luciana Marinho lembrou que o enredo foi pensado para ser realizado como uma coprodução internacional e revelou ainda que todas as filmagens tiveram lugar em Lisboa, ressaltando as qualidades da equipe portuguesa.
Marjorie Estiano abordou as dificuldades enfrentadas durante a construção da personagem-título, uma vez que o papel lhe demandou bastante do ponto de vista físico. A atriz afirmou que sua professora de teatro, Helena Varvaki, presente na sessão, foi fundamental para que ela pudesse encarar um desafio como esse. “Ela ressignificou essa profissão para mim”, agradeceu.O realizador apontou que os temas principais do longa-metragem, a dor da perda e as impossibilidades do amor romântico, tornaram seu trabalho um pouco penoso. “Falar sobre a finitude do amor realmente foi muito dolorido”, asseverou, elogiando sua protagonista, que disse acreditar ter captado plenamente a personagem tal como ele a havia idealizado. “A Marjorie me deu a minha Beatriz”, concluiu.
Texto: Maria Caú
Fotos: Carolina la Cerda
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