Um filme sobre samba e jazz no Cine Encontro O documentário Samba e jazz está na mostra competitiva Première Brasil
O primeiro Cine Encontro deste sábado no Armazém da Utopia foi sobre Samba e jazz, documentário de Jefferson Mello que traça um paralelo entre os dois gêneros musicais, criando uma ponte entre Rio de Janeiro e Nova Orleans.
A conversa, mediada por Sérgio Motta, foi animada e de muitas trocas, contando com um público ainda emocionado por conta da exibição do filme. Motta começou o debate levantando os aspectos historiográfico e etnográfico da produção, que conduz o espectador através de uma busca e constrói várias camadas de narrativa.
Mestre Átila, importante figura na história da escola de samba Império
Serrano e um dos personagens principais do documentário, sublinhou como foi
importante para ele participar desse filme, uma vez que a obra ajuda a contar a
história de sua comunidade, seu pai, seus tios e de todos os que fundaram a escola.
“Esse projeto do Jefferson foi um grande feito. Foi bonita a história que ele contou,
sobre as nossas origens”, disse.
A plateia trouxe contribuições cruciais para a discussão, como a fala emocionada de Elizabete, aluna da Escola de Música Villa Lobos. Ela falou sobre a essência da cultura negra e sobre como suas manifestações musicais fazem parte de um contexto muito mais complexo do que se pode imaginar superficialmente. Disse que, para a população das comunidades, essa ligação com o samba e os instrumentos de percussão vem do âmago, como uma obrigação, “uma coisa que você sabe que precisa continuar para se manter vivo. É o pulsar. A gente continua pulsando, é a cultura que nos alimenta e o que nos mantém vivos”.
Questionado sobre os caminhos que pretende trilhar com Samba e jazz e com toda a quantidade de
material filmado, o realizador Jefferson Mello apontou como seus próximos
passos uma série no Canal Brasil, além de uma produção que, partindo de seu
livro, investigue a história dos personagens fotografados. Sérgio Motta concluiu
a conversa de maneira enfática: “Vida longa ao filme, ele precisa ser visto”.
Texto: Juliana Shimada
Fotos: Luiza Andrade
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