Publicado em 15/10/2016


O grande homenageado de sábado, dia 15, é Antonio Pitanga. O Festival do Rio exibe no Cine Odeon, às 19h., a cinebiografia do ator, que faz parte da mostra Hors-Concours do Festival do Rio 2016. O filme é exibido também no Reserva Cutural Niteroi 4, às 21h15, no domingo, dia 16. E os fãs da atriz Camila Pitanga poderão conhecer sua mais nova faceta: a de diretora.  Ela assina, em parceria com Beto Brant, o documentário Pitanga, sobre a trajetória cinematográfica de seu pai, Antônio Pitanga. O filme faz um passeio pelos 50 anos de trabalho de um dos atores mais versáteis do cinema brasileiro. Pitanga tem na sua trajetória uma incrível bagagem de personagens, em histórias dirigidas por alguns dos maiores nomes do cinema nacional. Até seu sobrenome artístico veio de um papel interpretado no filme Bahia de Todos os Santos, de 1960, dirigido por Trigueirinho Neto. O nome de batismo é Antonio Luiz Sampaio.

Antonio Pitanga marcou presença em grandes momentos do cinema brasileiro. O ator interpretou Mestre Coca no clássico O Pagador de Promessas (1962) escrito e dirigido por Anselmo Duarte, baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes, filme que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Participou ativamente do Cinema Novo na década de 1960. Foi filmado pelas lentes de Glauber Rocha em Barravento (de 1962) e em A Idade da Terra (de 1980). Cacá Diegues o dirigiu em Ganga Zumba (1963), A Grande Cidade (1966), Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Quilombo (1984). 

Antonio Pitanga também participou do clássico Os Fuzis (1964), do diretor Ruy Guerra. Interpretou personagens marcantes em Menino de Engenho (1965) e Chico Rei (1985), de Walter Lima Júnior. Sua filmografia enveredou, em seguida, pelo Cinema Marginal, com A mulher de todos (1969), de Rogério Sganzerla. Nos anos 70, esteve em Um Homem Célebre (1974), de Miguel Faria Jr. e Cordão de Ouro (1977), dirigido por Antonio Carlos da Fontoura. Subiu novamente o morro no enredo de Rio Babilônia (1982), de Neville de Almeida. E participou de uma das obras-primas de Joaquim Pedro de Andrade, a comédia O homem do pau-brasil (1982). E filmou com Fabio Barreto Rei do Rio (1985). Nas décadas seguintes, entrou na onda das cinebiografias, com Mauá, o Imperador e o Rei, de Sérgio Rezende (1999) e Villa-Lobos, Uma Vida de Paixão, de Zelito Vianna (2000), Apolônio Brasil, o Campeão da Alegria, de Hugo Carvana (2003) e Zuzu Angel, de Sergio Rezende (2006).

Em seu longa-metragem mais recente Antonio Pitanga contracenou com a filha. Foi no filme Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios (2011), dirigido por Beto Brant, que agora também assina a direção do documentárioPitanga.  O filme refaz o percurso estético, político e existencial do ator e é parte da Mostra Hors-Concours do Festival do Rio 2016.




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