Publicado em 07/11/2018

Por: Ana Vigna 

Na quarta feira, dia 07/11, o cine encontro foi marcado pela presença dos diretores Marcio Reolon e Filipe Matzembacher trazem mais uma incrível obra para o Festival do Rio. Em Tinta Bruta, Pedro um jovem morador da cidade de Porto Alegre, tenta resistir em maio a tanta solidão e mudanças em sua vida, o longa que ganhou o Teddy Award esse ano no Festival de Berlim tem agora sua estreia no Brasil.

Quem mediou a conversa foi Sérgio Mota e completando a mesa, os atores Shico Menegat e Bruno Fernandes, a produtora Jéssica Luz, o montador Germano de Oliveira, diretora de arte Manuela Falcão e fechando com a assistente de direção Daniela. O debate iniciou com o ator Schico Menegat comentando sobre os conflitos principais da trama: “Para o Pedro ele tem uma questão com a cidade mas ao mesmo ao conhecer o Léo ele vê outras possibilidades, de como resistir em uma cidade assim, como encontrar pessoas que tem ideais próximos ao seu que também são resistência ali e como isso, pra alguém que não tem perspectiva é muito importante identificar e encontrar pessoas que tem vivencias parecidas com a tua.” Shico e Bruno, respectivamente Pedro e Léo, tiveram 7 meses de ensaio e esse é o primeiro projeto dos dois no cinema.

Sobre a fotografia em conjunto com a direção de arte, Manuela disserta: “Em relação a arte e foto, nos trabalhamos muito juntos e tinha toda uma questão de ter a webcam, uma câmera filmando a tela, a tela em si, as janelas… a gente tinha todas essas texturas que queríamos tratar. A questão da cidade também de todas as maneiras, pelas cores que vem invadindo os espaços do Pedro”.

No filme, Pedro utiliza um recurso muito exótico para se destacar e fugir de sua própria realidade que é a tinta neon e sobre isso os diretores contam que o neon discute diretamente com o fato do personagem ser um vulcão e erupção e o neon age como uma lava. Como previamente dito, a cidade age quase como uma protagonista e antagonista, nessa historia que é composta por uma das maiores capitais do brasil é muito difícil encontrar uma cena, que não seja em alguma festa, onde há vida na cidade e Pedro mesmo quando está rodeado de pessoas na verdade continua sozinho. No filme o personagem passa por diversas situações que o levam ao extremo, Filipe afirma que de certa forma ele - Pedro - passa por um renascimento ao reagir e não virar uma vitima de novo.

O filme esta sendo produzido desde 2014, quando o grupo adquiriu uma verba de um festival holandês, a produtora conta: “Tinha a ideia do abandono, tinha ideia da opressão dessa cidade e assim começou o projeto” e quanto à equipe, a produtora diz: “A equipe foi escolhida a dedo, muitas mulheres, muitos gays na equipe, a gente teve todo esse cuidado na escolha de quem iria trabalhar com a gente.”




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