Talents Rio: conheça os selecionados para o programa de capacitação promovido pelo Festival do Rio, Berlinale Talents e Goethe-Institut Projeto é um desdobramento da iniciativa criada no âmbito do Festival de Berlim e oferece oficinas, encontros, masterclasses e oportunidades de networking.
O Talents Rio, iniciativa de capacitação de profissionais do audiovisual promovida pelo Festival do Rio em conjunto com a Berlinale Talents e com o Goethe-Institut, anuncia nesta quinta-feira (12) os nomes das pessoas selecionadas para a edição de 2024 do programa.
O projeto conta com o apoio da Samambaia.org, Open Society Foundations e Projeto Paradiso; além do apoio institucional da Fipresci (Federação Internacional de Críticos) e Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
O Festival do Rio faz parte do programa internacional de desenvolvimento de talentos criado no escopo do Festival de Berlim desde 2016. Naquele ano, foi realizada a primeira edição do Talent Press Rio, uma oficina de 5 dias para jovens profissionais da crítica cinematográfica e jornalistas de países lusófonos.
Para o 26º Festival do Rio, que ocorre entre os dias 3 e 13 de outubro, o projeto, agora nomeado Talents Rio, amplia as categorias oferecidas.
A nova proposta apresenta três disciplinas de formação de jovens talentos que atuam em áreas fundamentais para o audiovisual brasileiro: Crítica, Desenho de Audiência e Preservação. Das três categorias oferecidas, duas contaram com inscrições abertas para o público. Confira os nomes selecionados a seguir.
TALENTS RIO CRÍTICA
- Clara Pellegrini - Belo Horizonte (MG)
- Egberto Santana Nunes - Poá (SP)
- Guilherme Veiga Rodrigues - Duque de Caxias (RJ)
- Iakima Ruas - Belo Horizonte (MG)
- Maira Oliveira - Rio de Janeiro (RJ)
- Quemuel Gomes - Parnamirim (RN)
- Renan Eduardo Silva - Belo Horizonte (MG)
- Waleska Antunes - Curitiba (PR)
TALENTS RIO DESENHO DE AUDIÊNCIA
- Kariny Martins – Rio de Janeiro (RJ)
- Marina Gonçalves – Rio de Janeiro (RJ)
- Rafael Ribeiro – Rio de Janeiro (RJ)
- Dreça Manuel – Luanda (Angola)
- Nataly Pinho – Salvador (BA)
- Douglas Henrique – Paulista (PE)
- Pethrus Tibúrcio – Recife (PE)
- Luc da Silveira – Curitiba (PR)
Na edição de 2024, o Talents Preservação ano será um piloto para a implementação do programa definitivo em 2025. Nesta categoria, serão realizados vários encontros abertos e fechados com o intuito de montar o conceito e as práticas do novo programa.
O Talents Rio contou com 73 inscritos de 14 estados do Brasil, e ainda candidatos de Angola, Moçambique e Portugal, que se candidataram para os programas Talents Rio Crítica e Talents Rio Desenho de Audiência. Entre os selecionados há representantes de sete estados (Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo) e uma representante de Angola. É a primeira vez que o Rio Grande do Norte participa do Talents Rio.
Os trabalhos e projetos apresentados pelos candidatos tinham, em sua maioria, alta qualidade, demonstrando o grande potencial de profissionais iniciantes desses campos, de todas as partes do Brasil.
DIVULGADA A COORDENAÇÃO DO TALENTS RIO 2024
Nesta quinta-feira também foram anunciados os coordenadores do Talents Rio para a edição de 2024. O crítico, pesquisador e professor Pedro Butcher é o coordenador geral do projeto e da disciplina Crítica em específico, que celebrou o retorno e a expansão do programa.
“São campos que consideramos de grande carência e potencial para o cinema e o audiovisual no Brasil, e que podem ser contribuições importantes para a formação de novos profissionais. É também a realização de um antigo projeto da diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago, e da direção do Berlinale Talents”, comenta o coordenador, que atua como jornalista, crítico de cinema, professor e pesquisador.
“O Desenho de Audiência é uma metodologia que faz uma pergunta fundamental: quando começa a distribuição dos filmes? Tradicionalmente, pensamos que só começa depois do filme pronto, quando, na verdade, precisa ser pensada já desde a gestação”, avalia. “O importante é potencializar o projeto desde o começo, para que ele alcance o seu público potencial, considerando a complexidade do ecossistema audiovisual nos dias de hoje e as muitas barreiras para a circulação da produção independente.
Para o coordenador geral, a área da preservação é a que mais precisa de recursos e atenção, não só no Brasil, mas em todo o mundo, especialmente na era digital, que também está sujeita à obsolescência e o esquecimento. “Precisamos pensar estratégias e formas de preservar não apenas nossa memória, mas a propriedade intelectual das produtoras independentes do país.”
A coordenadora do programa de Desenho de Audiência é Talita Arruda, que atua como distribuidora, curadora e pesquisadora. “Nosso principal objetivo é promover um espaço que seja imersivo, não hierárquico e que contempla exercícios práticos, estudo de caso, e atividades expositivas. A experiência formativa irá abordar desafios e tendências de circulação, consumo e fruição do audiovisual e refletir sobre como podemos conhecer e caminhar mais próximos das nossas audiências”, comenta a coordenadora, que participou da edição alemã do programa em 2019.
“A construção dessa edição se inspira na experiência que tive no Berlinale Talents 2019, como distribuidora, bebe na fonte de eventos internacionais, mas se estrutura e acolhe as especificidades do audiovisual brasileiro. O Festival do Rio, deste modo, inova e investe na formação de profissionais, ao fomentar espaços formativos que estimulam o diálogo transversal entre crítica, preservação e distribuição audiovisual”, completa Arruda.
Na coordenação da iniciativa de Preservação está Lila Foster, que tem experiência como curadora, preservacionista e realizadora. Ela destaca o pioneirismo do projeto dentro da esfera do Festival do Rio e avalia que o objetivo desta edição será fomentar um diálogo entre profissionais que se dedicam ao mundo dos arquivos do audiovisual com produtores, realizadores, críticos, distribuidores, técnicos e artistas.
“A questão da preservação digital será o centro das nossas discussões nos debates e estudos de caso propostos”, adianta Foster. “O cenário digital impõe muitos desafios para o campo da preservação, em específico, e a cadeia do audiovisual brasileiro como um todo. É preciso pensarmos a preservação audiovisual como uma missão compartilhada, esse será o nosso mote. Como podemos assegurar que os filmes produzidos nas últimas décadas possam sobreviver para contar a sua história e a história do nosso tempo? Como promover ações formativas que ampliem o acesso ao conhecimento e às técnicas da preservação audiovisual?”
A seguir, conheça mais da trajetória de cada coordenador do programa Talents Rio.
PEDRO BUTCHER — COORDENAÇÃO GERAL / TALENTS RIO CRÍTICA
Pedro Butcher é jornalista, crítico de cinema, professor e pesquisador. É autor dos livros “Hollywood e o mercado de cinema no Brasil: princípios de uma hegemonia” (Letramento, 2024) e “Cinema brasileiro hoje” (Publifolha, 2005), entre outros. Integra a equipe do encontro de coprodução Brasil Cine Mundi e é mentor do programa Talent Press, do Festival de Berlim. Coordena o programa Talents Rio, realizado no âmbito do Festival do Rio. É colaborar do jornal Valor Econômico, onde assina a coluna Janela Crítica, e professor do curso de cinema e audiovisual da ESPM-Rio.
TALITA ARRUDA — COORDENAÇÃO / DESENHO DE AUDIÊNCIA
Talita Arruda é distribuidora, pesquisadora e curadora. Mestre pela UFRB, pesquisa a distribuição audiovisual dos cinemas negros contemporâneos. Atua pela Fistaile, empresa que promove o encontro entre audiências e projetos audiovisuais. Colabora em espaços como Lab Negras Narrativas, Sessão Vitrine Petrobras, Locarno Industry Academy, BrLab, El Público del Futuro e EFM Toolbox (Berlinale). Trabalhou em empresas como Vitrine Filmes, Canal Curta!, Porta Curtas e Synapse Brasil. Foi selecionada para os cursos EAVE Marketing Workshop (2022), Sunshine Cinema (2022), TFL NEXT Audience Design (2021) e Berlinale Talents (2019). É associada à APAN, Andai e ABPA.
LILA FOSTER — COORDENAÇÃO / PRESERVAÇÃO
Lila Foster é curadora, preservacionista audiovisual e realizadora. Trabalhou na Cinemateca Brasileira e participou do programa de estágios em preservação e curadoria audiovisual da Haghefilm Foundation (Amsterdam). Trabalhou como programadora e/ou curadora em diversos festivais, entre eles Mostra de Cinema de Ouro Preto, FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental, FIDBA – Festival Internacional de Cinema Documentário de Buenos Aires e Mostra de Cinema de Tiradentes. É presidente da ABPA - Associação Brasileira de Preservação Audiovisual e integrante do Conselho Técnico Consultivo da Cinemateca Brasileira.
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