Publicado em 30/09/2014

O RioMarket, área de negócios do Festival do Rio, apresentou na segunda-feira, dia 29, o estudo inédito “Contribuição Econômica do Setor Audiovisual Brasileiro”. O debate, formado por Ricardo Castanheira (Motion Picture Association) e Silvia Rabello (Sicav), fez uma análise completa sobre o setor e apresentou dados atualizados.

O estudo, desenvolvido pela Tendências Consultoria Integrada para a Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual (SICAV), revela que o segmento audiovisual foi responsável por 0,57% do PIB brasileiro em 2009, contribuindo diretamente para a economia com R$19,8 bilhões, e indiretamente com R$ 15 bilhões (em valores de 2013, corrigidos pelo IPCA/IBGE). O documento também aponta que o setor obteve no mesmo ano um faturamento bruto de R$ 42,8 bilhões, também a valores corrigidos.

Ainda segundo o estudo, em 2012, a indústria audiovisual foi responsável pela criação de cerca de 110 mil empregos diretos e de 120 mil indiretos. Com isso, pode-se afirmar que para cada emprego gerado no setor, outros 1,09 são gerados nos demais setores da economia.

No que tange à questão tributária, a arrecadação direta de impostos foi da ordem de R$ 1,6 bilhões em 2009, equivalente a R$ 2,1 bilhões em 2013, enquanto a arrecadação gerada pelo impacto indireto em outros setores foi de, aproximadamente, R$ 1,2 bilhões, também em valores corrigidos.

Esses números colocam o audiovisual em uma posição comparável à de outros importantes setores de serviços, tais como os de turismo, impressão e esportes. Em 2012, por exemplo, o audiovisual gerou uma massa salarial de aproximadamente R$ 4,2 bilhões, a qual apresentou um crescimento de 37% nos últimos anos (em 2007, esta havia sido R$ 3 bilhões) e que corresponde a 2,6 vezes a massa gerada pelo setor de turismo. 

Para Ricardo Castanheira, Diretor-Geral da MPA-AL, entidade presente no Brasil há 70 anos representando os maiores estúdios de cinema do mundo, a grande contribuição do estudo é trazer à tona informações que demonstram a enorme contribuição do audiovisual para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, apontando ainda caminhos para o aperfeiçoamento do quadro legal e regulatório. “Confirma-se assim o gênio criativo dos brasileiros e a oportunidade imensa para esta indústria crescer no país e no estrangeiro, assim como a relevante contribuição social e econômica na criação de empregos qualificados. É importante unir esforços e encontrar as melhores soluções legais e regulatórias que promovam ainda mais o potencial do setor, considerando as inovações tecnológicas em curso”, destaca o diretor-geral da entidade. 

A presidente do SICAV, Silvia Rabello, acrescenta que o estudo possui grande relevância para o audiovisual brasileiro. “É um levantamento necessário e oportuno porque promove uma análise séria e rigorosa sobre a importância do setor para a economia nacional e aponta importantes caminhos para a respectiva evolução. Dada a relevância cultural, social e econômica do nosso setor, são necessárias mais ações que estimulem o respectivo desenvolvimento sustentável, a modernização e internacionalização”.

O estudo também traz dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF-IBGE), demonstrando que a família brasileira disponibiliza cerca 5,0% de sua renda para atividades culturais. Nas classes de renda mais elevada, com renda superior a R$ 6.225,00, os gastos culturais no orçamento aumentam, alcançando 6,3%, diante de 3,6% nas famílias com renda inferior a R$ 830,00. Ou seja, o crescimento dos gastos com cultura é proporcionalmente superior ao incremento na renda. Tal constatação revela boas perspectivas de crescimento para o setor no Brasil, que tem experimentado um processo de evolução de renda e ascensão social na última década.

“O estudo oferece uma contribuição consistente e bem fundamentada sobre o direcionamento das políticas de regulação e fomento ao setor, à luz do impacto considerável que o audiovisual provoca em diversos setores da economia”, constata o especialista da Tendências Consultoria, Fernando Botelho.




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