Publicado em 09/12/2019

Este ano sediado no Hotel Rio Othon Palace, o RioMarket, área de negócios do Festival do Rio, recebeu na sua cerimônia de abertura o encontro “Desafios da Política Audiovisual no Contexto Atual”. Com mediação de Leonardo Edde, diretor da produtora Urca Filmes, os debatedores convidados foram o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e o deputado federal Marcelo Calero. 

As atuais políticas públicas de governo para o setor cultural e, em particular, o audiovisual, a importância de um entendimento entre os poderes legislativo e executivo com o setor e a busca de caminhos para a retomada da atividade e do crescimento econômico foram alguns dos temas em discussão.

Eduardo Gouvêa Vieira abriu a cerimônia ressaltando a importância da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) no desenvolvimento econômico nacional e sua atuação em variados setores culturais do país. O presidente contou um pouco da história da Federação e da firme parceria da instituição com o Festival do Rio e o RioMarket nas últimas edições. Além de apontar elementos importantes de viés econômico nas atuais políticas públicas, Eduardo Eugenio também destacou a importância de uma conciliação maior entre os setores público e produtivo.

Também convidado para o encontro, o ex-Ministro da Cultura e deputado federal Marcelo Calero afirmou a importância da cultura como política pública e a necessidade de que esta relevância “seja adensada na Constituição”. Calero estabeleceu paralelos entre governos anteriores e o atual, antes de afirmar que “é importante a atual gestão entender que a pauta da cultura não é uma pauta ideológica, e sim algo importante na geração de emprego e como fonte econômica no país”. O deputado comentou ainda a sua atuação no parlamento, ao lado de colegas de diversos campos políticos, como forma de manter as políticas públicas culturais como prioridade. 

O diretor da Urca Filmes, Leonardo Edde, abriu sua fala com uma análise sobre as razões para o atual governo não aplicar a recém-criada lei de liberdade econômica no setor cultural. “Estamos há três anos perdendo tempo, tentando recuperar uma indústria que vinha crescendo 4 % ao ano, com quase 5 milhões de pessoas ocupadas com a cultura. É a única indústria com muita demanda e que está travada pelo poder público”, diz Edde. 

Leonardo Edde ainda afirmou que as tentativas de regulamentar o setor precisam ser feitas de forma a garantir a liberdade deste, e até a sua independência diante do poder público. “O que se vem tentando é a regulação do audiovisual para que depois não se precise do estado, ou mesmo de uma lei de liberdade econômica”, explicou.

Por: Fernando Flack



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