Publicado em 28/08/2013

Lindsay Lohan é observada por James Deen

O cineasta americano Paul Schrader fez sua fama ainda moço, como roteirista parceiro de Martin Scorsese (em Taxi Driver e Touro indomável) e Brian De Palma (em Trágica obsessão). Não demorou para que desse início à sua própria carreira como diretor, com o drama policial Vivendo na corda bamba, de 1978. Esse ano, ele apresenta seu novo e polêmico filme, The Canyons. Parcialmente patrocinado por financiamento coletivo, o filme é um thriller erótico de baixo orçamento estrelado pela problemática estrela Lindsay Lohan.

Escrito por Bret Easton Ellis, autor de best sellers como Psicopata americano e Glamorama, o longa conta a história de Tara, atriz e esposa de Chris, um rico produtor de Los Angeles, às voltas com um caso extraconjugal do passado. Lohan interpreta o papel principal e muitas histórias surgiram nos tabloides durante as filmagens. Conta-se que ela e o diretor tiveram problemas do começo ao fim do filme, especialmente com relação aos horários da atriz e com sua dedicação ao trabalho, que seria um tanto quanto limitada.

Lindsay Lohan em The Canyons

O elenco conta ainda com James Deen no papel de Chris. O ator, do alto de seus 27 anos, é uma estrela do cinema pornô, já tendo participado de mais de mil filmes do gênero, acumulando inclusive vários prêmios da indústria. O cineasta Gus Van Sant também faz uma participação no filme, mostrando que Schrader teve total liberdade para escalar um elenco bastante heterogêneo.

Outro fator que contou para a fama de “maldito” do filme foi a notícia, no início do ano, que o Sundance Film Festival e o South by Soutwest (festival que acontece em Austin, no Texas, e tem crescido de importância a cada ano) teriam passado a oportunidade de exibi-lo por questões de qualidade. No entanto, quando o filme foi lançado nos EUA, no início de agosto, as críticas foram majoritariamente positivas, inclusive empolgadas com relação ao trabalho de Lindsay Lohan. O crítico americano Scott Foundas, da Variety, comparou o desempenho da atriz ao de Marlon Brando em O último tango em Paris, ao chegar aos limites máximos entre interpretação e autobiografia.

Dominion

É com essa bagagem que Paul Schrader e The Canyons vêm ao Rio, como a cereja do bolo que será a retrospectiva que o Festival dedicará à sua carreira. Na seleção de trabalhos do diretor a serem exibidos por aqui, estão alguns de seus maiores sucessos, como A marca da pantera - refilmagem do icônico Sangue de pantera, de Jacques Touneur -, O gigolô americano e Mishima: Uma vida em quatro tempos. De seus filmes recentes, um dos destaques da mostra é Dominion, prequel de O exorcista que Schrader filmou em 2003. O estúdio por trás da produção, no entanto, renegou a obra do diretor por considera-la um fracasso em potencial e contratou Renny Harlin para reescrever e dirigir o projeto. Apenas dois anos depois Schrader conseguiu lançar sua versão, em distribuição limitada em poucos países.

O Festival do Rio vai exibir 12 filmes dirigidos por Paul Schrader:

Vivendo na corda bamba (1978)

O gigolô americano(1980)

A marca da pantera (1982)

Mishima: Uma vida em quatro capítulos (1985)

O sequestro de Patty Hearst  (1988)

Estranha sedução (1990)

Ilusões satânicas (1994)

Temporada de caça (1997)

Auto focus(2002)

Dominion: Prequel to the Exorcist(2005)

O acompanhante(2007)

The Canyons(2013)

Assista abaixo ao trailer de The Canyons.



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