Parthenope, filme de Paolo Sorrentino que competiu pela Palma de Ouro em Cannes, está na programação do Festival do Rio 2024 Diretor italiano vencedor do Oscar definiu seu projeto como um “filme sobre a grande jornada em direção à liberdade” das mulheres. Longa é estrelado por Stefania Sandrelli e traz Gary Oldman no elenco.
Parthenope, de Paolo Sorrentino
Paolo Sorrentino se junta a Pedro Almodóvar, Hong Sang-soo, Olivier Assayas e outros grandes realizadores do cinema internacional que terão seus mais recentes trabalhos apresentados no 26º Festival do Rio, que acontece entre os dias 3 e 13 de outubro.
Após competir pela Palma de Ouro em Cannes, o longa-metragem Parthenope desembarca na mostra Panorama Mundial, seleção do Festival do Rio que traz os longas mais aguardados do cenário internacional.
Em seu mais recente projeto, o autor italiano vencedor do Oscar retoma dois dos temas que lhes são mais caros em sua filmografia, elementos que norteiam muitas das explorações artísticas do cineasta e inclusive batizam dois de seus principais longas-metragens: A Grande Beleza (2013) e A Juventude (2015).
O filme, um drama fantástico descrito como uma carta de amor para Nápoles, cidade natal do diretor, acompanha a trajetória de vida da personagem-título, interpretada por Celeste Dalla Porta na juventude e por Stefania Sandrelli na fase madura. Parthenope, a protagonista, carrega o mesmo nome da sereia da mitologia grega, cultuada como divindade pelos napolitanos da Antiguidade, e acompanha várias décadas da vida dessa mulher de inúmeros admiradores.
No filme, Gary Oldman interpreta o escritor estadunidense John Cheever, conhecido por ambientar muitas de suas histórias na Itália. O elenco traz ainda nomes como Silvio Orlando, Luisa Ranieri, Peppe Lanzetta e Isabella Ferrari.
Primeiro filme de Sorrentino a trazer uma protagonista mulher, o longa-metragem foi definido como o “épico de uma heroína moderna” pelo cineasta.
A trama aborda a vibrante paixão pela liberdade da protagonista, sua identidade entrelaçada com a vida napolitana e seus muitos amores. “A passagem do tempo nos brinda com um vasto leque de emoções. E ao fundo, tão próxima e, ao mesmo tempo, distante, está Nápoles, essa cidade inefável que encanta, fascina, grita, ri e sempre sabe como te ferir” diz a poética sinopse do filme divulgada em Cannes.
Em entrevista para a Variety, Sorrentino defendeu que considera a jornada das mulheres modernas muito mais heroica do que os contos mitológicos dos homens do passado. “Trata-se da grande jornada em direção à liberdade que as mulheres iniciaram agora, mas que vem de muito antes. É uma jornada épica. É uma jornada cheia de obstáculos, cheia de preconceitos. E é uma jornada muito corajosa que as mulheres estão trilhando. Porque não se trata apenas de afirmar o direito à liberdade. Trata-se de reconhecer as consequências de insistir na própria liberdade a qualquer custo, e essas consequências podem muitas vezes ser a solidão.”
O diretor já afirmou que a ideia do filme nasceu de reflexões e mudanças emocionais que têm ocupado sua consciência há muitos anos. Para Sorrentino, o ponto de partida do projeto se deu quando ele produziu A Mão de Deus (2021), trabalho que o cineasta considera um marco em seu amadurecimento artístico. Aquele filme nasceu do desejo de descrever sua juventude. Em Parthenope, Sorrentino aborda a juventude que ele sentiu ter perdido. “Quis falar sobre uma juventude sonhada, em vez de uma juventude que eu vivi”, assumiu o realizador.
“Parthenope é um filme que vibra com o zumbido da nostalgia, recapturando a sensação de liberdade juvenil e veranil, ao mesmo tempo em que não se esquiva das incertezas da juventude”, diz a crítica da Variety. “Mas não se trata apenas de uma história de amadurecimento; na verdade, é um filme sobre o processo de se encontrar.”
Parthenope será o quinto filme de Sorrentino a integrar a programação do Festival do Rio. Os anteriores foram A Grande Beleza (2013), Aqui é o Meu Lugar (2011), Ill Divo (2008) e O Amigo da Família (2006).
Relembre os principais destaques da carreira de Paolo Sorrentino
Vencedor do Oscar e do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro por A Grande Beleza, o diretor italiano já foi indicado nas mesmas categorias, nas duas premiações, por A Mão de Deus.
Por seu trabalho na direção do drama biográfico Il Divo, o italiano ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2008. Ainda em Cannes, Sorrentino venceu o Prêmio do Júri Ecumênico por Aqui é o Meu Lugar em 2011.
Il Divo também rendeu ao diretor o Prêmio SIAE, concedido pela Sociedade Italiana de Autores e Editores, no Festival de Veneza. O cineasta conquistou o prêmio pela segunda vez na Biennale em 2016, quando exibiu os dois primeiros episódios da série de TV The Young Pope em Veneza. Ainda no prestigiado festival italiano, conquistou o Grande Prêmio do Júri por A Mão de Deus.
...
Leia mais:
- Festival do Rio 2024 anuncia os longas selecionados para a Première Brasil, maior vitrine para o audiovisual brasileiro
- Festival do Rio 2024 anuncia seleção oficial de curtas-metragens da Première Brasil
- Maníaco do Parque, com Silvero Pereira e Giovanna Grigio, será o filme nacional de encerramento do Festival do Rio 2024
- Emilia Pérez, drama premiado em Cannes com Karla Sofía Gascón e Selena Gomez no elenco, é o filme de abertura do Festival do Rio 2024
- O Quarto ao Lado, primeiro filme em inglês de Pedro Almodóvar, é anunciado na programação internacional do Festival do Rio 2024
- Festival do Rio anuncia os primeiros filmes internacionais da edição de 2024
Siga o Festival do Rio nas redes sociais:
Voltar