Publicado em 01/10/2024

Paris, Texas, de Wim Wenders
Paris, Texas, de Wim Wenders

O longa-metragem Paris, Texas, obra-prima de Wim Wenders, está confirmado na programação do 26º Festival do Rio, que acontece entre os dias 3 e 13 de outubro. O filme completa a mostra Clássicos & Cults, que também contará com as sessões de produções celebradas como Os Amantes do Rio (2000), de Lou Ye, e The Fall (2006), de Tarsem Singh.

Para comemorar os 40 anos de lançamento do filme, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1984, Paris, Texas chega ao Festival do Rio em uma versão restaurada em 4K. O longa será exibido no domingo, dia 06 de outubro, no Cine Odeon - CCLSR (às 19:30), e segunda-feira, dia 14, no Estação NET Gávea 5 (às 15:45), já na repescagem do Festival do Rio.

Desafiando concepções de gênero cinematográfico, o clássico filme do realizador alemão explora com ousadia e refino estético uma história que une elementos de road movie, neo-western e drama. A trama traz Harry Dean Stanton (1926–2017), prolífico ator-operário da indústria cinematográfica norte-americana, no papel que elevou sua carreira a um novo patamar. Ele interpreta Travis, um homem desgrenhado, recluso e aparentemente amnésico que vaga pelo calor escaldante do lado americano do deserto localizado entre os Estados Unidos e o México.

Paris, Texas, de Win WendersParis, Texas, de Wim Wenders

Gradualmente, o público conhece mais sobre o passado do homem, que recobra suas memórias aos poucos e busca se reencontrar com a esposa (Nastassja Kinski) e com o filho que ele deixou para trás (Hunter Carson). 

Em Cannes, o filme também venceu o Prêmio do Júri Ecumênio e o Prêmio FIPRESCI. Mas para além dos muitos troféus, o longa-metragem conquistou a aclamação da crítica e do público, passando com folgas no teste do tempo e conquistando novos fãs a cada década, que destacam a ressonância emocional da jornada de Travis e o apuro estético de Wenders e do diretor de fotografia Robby Müller. O roteiro é assinado por Sam Shepard e L. M. Kit Carson.

“Durante as filmagens, é raro você pensar que está criando algo que vai ser bem-sucedido. Você está tão ocupado com o trabalho, e tivemos tantos obstáculos. Ficamos sem dinheiro. Ficamos sem roteito”, avaliou Wim Wenders em entrevista ao The Washington Post na qual refletiu sobre o legado do filme. “Só quando filmamos as últimas cenas [...] foi que me ocorreu que estávamos prestes a tocar as pessoas de uma maneira significativa.”

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