O universo mágico de um grande diretor Cosmos, último filme de Andrzej Zulawski, é uma ousada adaptação de um romance ícônico de Witold Gombrowski
Witold acaba de ser reprovado na faculdade de direito, enquanto Fuch pediu demissão da empresa de moda parisiense onde trabalhava. Eles resolvem então passar alguns dias distantes de tudo em uma pousada familiar, onde são recebidos por uma série de presságios inquietantes: coisas estranhas acontecem na casa e dão a pista de que algo mais vai acontecer. Baseado no livro homônimo de Witold Gombrowicz, tido como uma das obras mais importantes da literatura detetivesca do século 20, Cosmos, último filme do mestre polonês Andrzej Zulawski, é uma das grandes atrações internacionais do Festival do Rio 2016. O filme ganhou prêmio de melhor direção no Festival de Locarno 2016.
O filme, elogiado pela crítica, foi classificado como um "thriller metafísico noir" e teve produção do célebre mecenas português, Paulo Branco, um dos mais ativos no cinema independente europeu. Cosmos tem no elenco uma inusual mistura de atores estreantes e estrelas consagradas. Entre os mais experientes estão Jean François Balmer e Sabine Azema (viúva de Alain Resnais), dois grandes atores do cinema francês. Entre os novatos estão o francês Jonathan Genet (no papel do protagonista Witold), Johan Libereau (de Grand Central) e Vitória Guerra, a mais nova darling do cinema português (conhecida por filmes como Linhas de Wellington e Casanova Variations).
Trata-se de um trabalho muito esperado do mestre polonês. Zulawski demorou 15 anos para voltar a filmar, depois de ter a carreira cinematográfica interrompida em 2000, após o lançamento de A fidelidade, com Guillaume Canet e Sophie Marceau (que foi casada com o diretor por 18 anos). Zulawski é o diretor de filmes célebres, premiados em Cannes, como O Importante é Amar (1975) e Possessão (de 1981) e também autor de uma extensa obra de romances, escritos em polonês e alguns em francês. Fez parte da geração mais célebre de cineastas polonês, que incluiu Roman Polanski, Kristof Kieslowski, Agnieska Holland, todos alunos de Andrzej Wajda (considerado o pai do cinema moderno polonês, morto esta semana). As mortes recentes de Zulawski (em fevereiro) e de Wajda (em outubro) mostrou que 2016 foi um ano cruel para o cinema mundial, e não apenas polonês.
O último filme de um grande cineasta ocupa a tela do Estação NET Ipanema 2 nesta quarta, dia 12, às 15h. E vai estar na repescagem dia 19, no Roxy 2, às 21h30m.
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