“NOITE DE REIS” UNE MAGIA E SOCIOLOGIA SEGUNDO CORREIO. DA MANHÃ “NOITE DE REIS” UNE MAGIA E SOCIOLOGIA SEGUNDO CORREIO. DA MANHÃ
Rodrigo Fonseca, crítico do Correio da Manhã. Resume o filme que encerra a Edição Especial Festival do Rio/Telecine:
“Manda quem narra, quem controla o que é narrado, quem fabrica fábulas e meias verdades: é essa a lei em MACA, sigla para Maison d´Arrêt et de Correction d´Abidjan, termo dado a uma prisão com casos de superlotação – e brutalidades – na Costa do Marfim. O local e suas regras acerca do dom da arte da palavra e de sua propagação - num processo físico de emissão capaz de dar forma à mitologia representada pelos Exus, aqueles que levam e trazem recados – serve de palco a um dos filmes mais fascinantes egressos da África para o cenário dos festivais nos últimos dez anos: “Noite de Reis” (“La Nuit Des Rois”). A direção é de Philippe Lacôte, nascido na cidade onde o enredo se passa, em 1969, e famoso pelo .doc “Cairo Hours” (2002) e pelo thriller “Run” (2014), com Isaach De Bankolé. Lançado no Festival de Veneza de 2020, “Noite de Reis” é um estudo sobre a tradição dos griôs, os bardos a’África, e ganhou o Prêmio Amplify Voices em Toronto, antes de arrebatar a láurea do júri jovem de Roterdã, na Holanda – uma das maiores mostras do planeta. Numa narrativa claustrofóbica, que vem da fotografia de Tobie Marier-Robitaille, Lacôte cria uma ode apaixonante sobre o papel redentor das fábulas, unindo magia e sociologia em um casamento inusitado. Mas duradouro. Maiores informações: https://teleci.ne/FestRio_Site
Ocineasta Phllipe LacôteVoltar