No deserto mostra relação no limite Diretor argentino Ulises Rosell veio ao Rio lançar o longa-metragem.
O filme No Deserto, do diretor argentino Ulises Rosell, foi exibido pela primeira vez no Festival do Rio na noite da última quinta-feira, 12 de outubro, dentro da mostra Première Latina. Julia, a protagonista interpretada por Valentina Bassi, é a funcionaria frustrada de um Cassino na Argentina. Ela vai aceitar uma proposta de Gwynfor, que surge oferecendo uma vaga na companhia petroleira onde trabalha. O que parecia uma oportunidade logo se transforma e Julia vai precisar lidar com o vazio do deserto da Patagônia.
A sessão de gala, que aconteceu no Estação NET Rio, contou com a presença do diretor do filme, que veio ao Rio especialmente para o Festival. Ele respondeu a perguntas da platéia em uma breve conversa após a exibição. Ulises falou sobre suas influências no cinema americano e sobre as dificuldades de se fazer um filme no deserto. “Eu quis muito filmar no deserto, esse lugar onde nada nasce. Na Patagônia pode-se andar por trezentos quilômetros e nada ver, nada encontrar. Pode dar na mesma estar livre ou preso”, disse o diretor, que também deixou claro o entusiasmo de ter feito um filme ao lado de sua mulher, a atriz Valentina Bassi.
O diretor contou ainda que o filme pode ser visto como uma metáfora das relações humanas, onde nos vemos circulando entre fantasias e prisões. “Não tenho conclusões sobre o filme e isso é o mais difícil do cinema: conservar o mistério, a essência”, disse o diretor.
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