Mostra Clássicos Restaurados celebra grandes obras do cinema brasileiro e sua importância histórica no Festival do Rio 2024 Longas, lançados entre 1970 e 1991, serão exibidos em 4K. Obras de Orlando Senna e Jorge Bodanzky, Odilon Lopez, Héctor Babenco e Antônio Calmon compõem a seleção
Um É Pouco, Dois É Bom, de Odilon Lopez
Em uma homenagem ao cinema brasileiro, a 26ª edição do Festival do Rio levará ao público quatro longas, lançados entre 1970 e 1991, que exploram paisagens do nosso território e as questões atravessadas pelos personagens que nelas vivem. É a mostra Clássicos Restaurados, com oito sessões (veja abaixo os detalhes) espalhadas ao longo do evento, que acontece de 3 a 13 de outubro.
Todos os filmes passaram por um processo de restauração e serão exibidos em 4K. Iracema - Uma Transa Amazônica; Um é Pouco, Dois é Bom; Brincando nos Campos do Senhor e O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil foram os selecionados para participar da mostra. Saiba mais sobre eles.
- Iracema - Uma Transa Amazônica (1974)
Iracema - Uma Transa Amazônica, de Orlando Senna e Jorge Bodanzy
Rodado em 1974, ano que marcou a primeira década da Ditadura Militar no Brasil, o filme de Jorge Bodanzky e Orlando Senna só conseguiu chegar às salas de cinema sete anos depois. O enredo acompanha o caminhoneiro Tião Brasil Grande, que viaja ao longo da recém-inaugurada Rodovia Transamazônica ao lado de Iracema, uma prostituta adolescente que conheceu em uma de suas viagens.
Juntos, os dois partem de Belém e seguem pela Transamazônica, vendo em primeira mão os impactos da construção da rodovia na população local. A trama aborda ainda temas como grilagem de terras, desmatamento, miséria e destrincha a questão da prostituição, fatores pelos quais a censura agiu para impedir a circulação do longa.
Sessões:
08/10 - 18h30 - Estação Net Botafogo
15/10 - 14h30 - Estação Net Rio 2
- Um É Pouco, Dois É Bom (1970)
Um É Pouco, Dois É Bom, de Odilon Lopez
Dividido em dois contos, o longa dirigido por Odilon Lopez aborda distintas maneiras de existir de personagens da sociedade gaúcha da década de 1970. Ambientado em Porto Alegre e com diálogos escritos por Luís Fernando Veríssimo, o filme se debruça na primeira história, “Com um Pouquinho… de Sorte”, sobre um casal classe média Jorge e Maria. Eles vivem uma crise no casamento com a demissão do marido e a chegada do primeiro filho.
“Vida Nova… Por Acaso”, a segunda trama, acompanha Magrão e Crioulo, dois ex-presidiários que navegam a recém-liberdade e tentam sobreviver evitando a volta para o encarceramento. O filme também marca um ponto de virada no cinema gaúcho, tratando de personagens em um contexto urbano e afastando-se de um ideal rural e bucólico, e foi o primeiro longa-metragem a ser dirigido por uma pessoa negra no país.
Sessões:
07/10 - 17h - Estação Net Gávea 5 (sessão com convidados)
09/10 - 13h45 - Estação Net Gávea 3
- Brincando nos Campos do Senhor (1991)
Brincando nos Campos do Senhor, de Héctor Babenco
Nascido argentino e naturalizado brasileiro, Héctor Babenco leva para o cinema a relação entre os missionários estrangeiros e os povos indígenas da Amazônia. A trama, baseada no livro homônimo de Peter Matthiessen, coloca em evidência os conflitos culturais entre os personagens, bem como os conflitos internos que eles vivenciam.
O filme, lançado primeiro nos Estados Unidos e depois no Brasil, conta com renomados atores do cinema estadunidense, como Tom Berenger, Kathy Bates, Daryl Hannah, Aidan Quinn e John Lithgow. O longa recebeu grande atenção internacional e foi citado por James Cameron, produtor e diretor de Avatar (2009) como uma das referências para a obra.
Sessões:
12/10 - 16h - Estação Net Gávea 5 (sessão com convidados)
16/10 - 18h45 - Estação Net Rio 5
- O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil (1971)
O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil, de Antônio Calmon
Escrito e dirigido por Antônio Calmon, a obra de estreia do cineasta reflete as oposições que o audiovisual e a sociedade brasileiras, bem como o próprio Calmon, oscilavam na época. Lançado durante um dos períodos de repressão mais fortes da Ditadura Militar, a trama mescla elementos do Cinema Novo com o Cinema Marginal, com o gênero policial e a linguagem e estética de histórias em quadrinhos e desenhos animados.
A trama acompanha Cláudio Bandeira, um empresário de sucesso que, na teoria, tem todos os elementos necessários para levar uma vida feliz e confortável. Mas o empresário é atormentado por pesadelos e por uma ideia de morte, e para fugir dessa realidade transforma-se no Capitão Bandeira, um heroi com direito a um vilão que o persegue, uma loira sedutora e um malandro com o qual mantém uma amizade.
Sessões:
11/10 - 18h15 - Estação Net Gávea 3
14/40 - 16h45 - Estação Net Rio 5
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