Publicado em 02/10/2023


Além de promover o melhor do cinema contemporâneo do Brasil e do mundo, incluindo produções premiadas em grandes festivais internacionais, o Festival do Rio celebra longas-metragens que fizeram história e se tornaram cultuados ao longo dos anos. Neste ano, a mostra Clássicos e Cults traz filmes que completam, respectivamente, 30 e 40 anos de lançamento em 2023: Adeus, Minha Concubina (1993), de Chen Kaige, e Fome de Viver (1983), de Tony Scott. Cada uma das produções selecionadas, à sua maneira, deixou sua marca em diferentes gerações de cinéfilos. 

Vencedor da Palma de Ouro em 1993, prêmio que dividiu com O Piano, de Jane Campion, o drama histórico Adeus, Minha Concubina se tornou o primeiro filme com diálogos em chinês a faturar a principal honraria do Festival de Cannes. Celebrado pela direção arrojada e vibrante de Chen Kaige e pela narrativa ambiciosa, o filme acompanha a relação de atores de ópera que vivenciaram períodos turbulentos em suas carreiras e na relação que desenvolveram um com o outro. A trama tem como pano de fundo as mudanças políticas e culturais pela qual a China passou ao longo do século 20. O longa-metragem venceu o Globo de Ouro e o BAFTA de melhor filme estrangeiro, além de ser indicado ao Oscar de melhor fotografia e de melhor filme estrangeiro.


Influente obra para a subcultura gótica, o terror com toques de erotismo Fome de Viver, marcou a estreia do cineasta Tony Scott (Top Gun - Ases Indomáveis, Dias de Trovão) como realizador de um longa-metragem. A trama acompanha um triângulo amoroso fatal entre Catherine Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon. Lenda do cinema francês, Deneuve interpreta Miriam Blaylock, uma vampira milenar que, desde os tempos do Antigo Egito, promete vida eterna aos seus amantes. Ela vive com John (Bowie), um músico que conheceu na França do século 18, com quem caça novas vítimas na vida noturna de Nova York na década de 1980. Entretanto, quando John começa a envelhecer rapidamente, o homem descobre que o que foi prometido a ele foi a vida eterna, mas não a juventude. Sarandon vive Sarah Roberts, uma cientista especializada em envelhecimento que começa a tratar John. Exibido em Cannes em 1983, o longa-metragem teve uma recepção mista da imprensa especializada quando foi lançado, mas ganhou status de cult ao longo dos anos, graças à direção estilizada de Scott e a cenas como a sequência de abertura, que traz a banda britânica Bauhaus, pioneiros do rock gótico e pós-punk, interpretando a canção "Bela Lugosi's Dead".

Os filmes da mostra Clássicos & Cults não são as únicas pérolas do passado presentes na programação do Festival do Rio. Na mostra Midnight Movies, que destaca produções do cinema de gênero e filmes que abriram novas perspectivas de linguagens e estéticas, estão programadas exibições de filmes como Sexta-Feira 13 (1980), de Sean S. Cunningham; A Super Fêmea (1973), de Aníbal Massaini Neto; Os Homens Que Eu Tive (1973), de Tereza Trautman; e The Kingdom (1994), de Lars Von Trier.

Clássicos absolutos do cinema nacional também aparecem em outra mostra da edição deste ano do Festival do Rio, a seleção A Cinemateca É Brasileira conta com exibições de obras definidoras do audiovisual brasileiro, como o celebrado Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho, e Cinco Vezes Favela (1962), antologia fundamental do Cinema Novo com direção de Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman.

Mais sobre os filmes da Clássicos & Cults:

Adeus, Minha Concubina (1993), de Chen Kaige

Cheng Dieyi e Duan Xiaolou crescem suportando o duro treinamento da escola da Ópera de Pequim. À medida que os meninos amadurecem, eles desenvolvem talentos complementares: Dieyi, com suas características delicadas, assume os papéis femininos; Xiaolou interpreta os militares viris. Suas identidades dramáticas se tornam reais para Dieyi quando ele se apaixona por Xiaolou, que não retribui seus sentimentos e se casa com uma cortesã. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e indicado ao Oscar.

Fome de Viver (1983), de Tony Scott

Miriam Blaylock (Catherine Deneuve) coleciona arte renascentista, objetos do antigo Egito, amantes, almas... Linda e impecavelmente chique, é uma vampira há vários séculos e agora vive em Manhattan. John (David Bowie) é seu companheiro imortal e refinado marido, mas abruptamente começa a sentir os efeitos do avanço da idade. Quando ele recorre a uma pesquisadora especializada em envelhecimento (Susan Sarandon) em busca de ajuda, Miriam enxerga a mulher como uma substituta para o seu grande amor.

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O Festival do Rio é apresentado pelo Ministério da Cultura, Shell e Prefeitura do Rio. Tem patrocínio master da Shell através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio especial da Prefeitura do Rio – por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura e apoio FIRJAN. Realização: Cinema do Rio e Ministério da Cultura / Governo Federal.



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