Publicado em 05/09/2013

O cineasta francês Jean-Claude Brisseau nunca teve a fama e o sucesso que outros nomes de sua geração. No entanto, perto de completar 70 anos, ele é visto como um dos diretores mais consistentes de seu país, com uma obra de cunho extremamente pessoal. Um exemplo de como costuma inserir sua própria vida em sua obra é a relação entre os filmes Coisas secretas (2002) e Os anjos exterminadores (2006). O primeiro é um estudo sobre o prazer feminino focado em duas jovens que manipulam sexualmente homens ricos. Em 2005, Brisseau foi condenado pela justiça francesa por assédio sexual, por uma série de testes em que pediu que duas atrizes desempenhassem atos eróticos. Depois de um ano na prisão e pagar uma multa de 15mil euros, ele escreveu e dirigiu Os anjos exterminadores, sobre um cineasta levando duas atrizes a seus limites sexuais em uma série de testes de preparação para um filme. O personagem é uma clara representação de Brisseau e o filme foi recebido com láureas em seu lançamento.

Agora, com A garota de lugar nenhum, o diretor volta a inserir sua vida nas telas, porém em outro nível. No longa, ele trabalha pela primeira vez como ator e as filmagens aconteceram todas em sua própria casa. Ele vive Michel, um professor de matemática aposentado que tem sua vida modificada após encontrar Dora, uma moça de 26 anos, machucada na porta de seu apartamento. Ela passa a viver com ele e aos poucos o ambiente de sua casa é tomado por acontecimentos misteriosos e fantasmagóricos.

A filha de lugar nenhum foi o grande vencedor do Festival de Locarno 2012, onde ganhou o prêmio de melhor filme. Brisseau estará no Rio para apresentar seu filme, cujo trailer você pode conferir a seguir.



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