A toca do diabo: Breaking Bad e Cidade de Deus da vida real Produtor apresenta no Festival do Rio documentário passado na Cidade do Cabo
Por Sara Stopazzolli
“Tem muito de Cidade de Deus em A toca do diabo”, acredita o produtor Neil Brandt, em conversa com o site do Festival do Rio. Mas o longa sul-africano passa longe da ficção. É um documentário intimista que revela o mundo do tráfico de drogas em uma favela da Cidade do Cabo através da vida de Braaim, líder de uma gangue que vive dividido entre o amor que sente pela sua mulher e os três filhos e a vida no crime.
Riian Hendricks, diretor do filme, era amigo de infância de Braaim e acompanhou sua rotina com uma câmera na mão durante três meses. Teve um acesso inédito àquele universo graças à generosidade do traficante, que topou fazer o filme porque queria contribuir para o sucesso do amigo. “É um cara generoso, acima de tudo”, comenta Brandt.
Riian, que saiu da favela e tomou um rumo bem diferente do amigo, tenta entender a mente de Braaim, que já passou anos preso por assassinato e ainda planeja outras mortes em frente à câmera. “O filme provoca uma reflexão sobre a natureza das nossas escolhas. Será que Braaim tem escolha? Sim e não. Às vezes as circunstâncias da vida são maiores que nós mesmos. O maior medo dele é que seus filhos sejam mortos. É um verdadeiro Walter White (da série de TV Breaking Bad)”, conta o produtor.
A toca do diabo tem sua primeira exibição no Festival do Rio hoje (1º), às 19h15, no Centro Cultural da Justiça Federal. As reprises acontecem nos dias 4 (14h10 no Estação Botafogo 3) e 6 (13h20 e 19h40, no Estação Vivo Gávea 1)
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