Publicado em 08/10/2015

Tizuka Yamasaki dispensa apresentações. Diretora de filmes consagrados como Gaijin (1980) e Parahyba mulher macho (1983), a cineasta gaúcha também tem escrito o seu nome na história do cinema infanto-juvenil brasileiro desde que iniciou uma rica parceira com Xuxa Meneghel há 25 anos com Lua de cristal (1990). Depois ainda vieram Xuxa requebra (1999) e Xuxa popstar (2000), também voltados para o público jovem.

Para comemorar os 25 anos de Lua de cristal, o Festival do Rio exibe o filme nesta quinta, à meia-noite, no Estação NET Botafogo 1, pela mostra Midnight Movies. A sessão contará com a presença da diretora, além de outros convidados muito especiais

E aproveitando esse momento de homenagem, a diretora Tizuka Yamasaki conversou com o site do Festival.

Qual a avaliação que você faz de Lua de cristal 25 anos depois ? 

Na época, no meio cinematográfico, havia um certo receio em fazer um filme da Xuxa. Eu aceitei. Estava curiosa com esse fenômeno que invadia o universo infantil brasileiro. Vinte e cinco anos depois, o filme  vira um clássico, convidado para ser homenageado no Festival do Rio! O mundo dá voltas, não?

Lua de cristal foi o primeiro filme de sua parceria de sucesso com a Xuxa. Como você avalia essa parceria?

Foi ótima! Não apenas com a Xuxa, assim como o produtor Diller Trindade e o produtor executivo Cacá Diniz. E tive uma equipe técnica precisa (Yurika Yamazaki, Edgar Moura, Lael Rodrigues, Yoya Wursch, Favilla, Ana Diniz, Jessel...). Todos com o espírito e afinco para fazer um filme de qualidade.O empenho dessa equipe permitiu que fizéssemos um filme que foi muito importante para as vidas de muitas pessoas. O filme tinha uma mensagem que a garotada assimilou: até a superpoderosa Xuxa tinha que estudar e batalhar para atingir seus sonhos.

E como você tem apreciado a atual produção brasileira voltada para o público infanto-juvenil?

Praticamente não temos filme para esse segmento. O que é uma pena. A nossa plateia infanto-juvenil só tem acesso aos filmes estrangeiros, principalmente, aos norte-americanos. Esse público torna-se culturalmente afinado com o modo de ser de Hollywood, estranhando a cultura de seu país de origem.

O filme manteve o título de maior bilheteria de estreia por 16 anos, com mais de 920 mil espectadores no primeiro fim de semana (recorde quebrado apenas em 2006 por 2 filhos de Francisco). Você acha que o cinema brasileiro infanto-juvenil ainda consegue mobilizar multidões como essa?

Sim. Temos público para isso. Resta ter investimentos para as produções e confiança dos distribuidores e exibidores. O Brasil tem um grande potencial cinematográfico. Faltam recursos financeiros para que esses trabalhos apareçam e consolidem a presença nas telas brasileiras.

Depois de Encantados e Tomie, o que podemos esperar de Tizuka Yamasaki?

Neste momento estamos focados para lançar o Encantados, que deverá acontecer em novembro deste ano. Paralelamente, estamos trabalhando num projeto de cinema. Se tudo correr bem começamos a produzir no ano que vem. Mas, ainda é cedo para falarmos disso. Conto mais depois. 



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