Guillermo Arriaga apresenta hoje Falando com deuses

Publicado em 29/09/2014

Foi no ano 2000 que Amores brutos arrebatou cinéfilos do mundo inteiro. Com direção de Alejandro González Iñárritu, o longa chamou atenção para um novo cinema que estava sendo feito no México e revelou não só o seu diretor, como seu roteirista, Guillermo Arriaga. A dupla voltou a trabalhar junto mais duas vezes, em 21 gramas e Babel, sedimentando uma das parcerias mais frutíferas do cinema contemporâneo. Nesses filmes – e também em seu primeiro longa como diretor, Vidas que se cruzam – Arriaga sedimentou uma nova maneira de contar o gênero conhecido como multiplot – aqueles filmes em que várias histórias isoladas são contadas em paralelo, eventualmente se cruzando em algum momento. Depois de Arriaga, o gênero nunca mais seria o mesmo.

Com Babel, foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original. E agora, ele volta com um novo projeto, Falando com deuses. Idealizado por ele, o longa junta nove diretores do mundo todo – dentre eles, Héctor Babenco – para falar de um tema especial: a relação do ser humano com a ideia de um deus, ou deuses. Além de idealizador do projeto, Arriaga dirige um dos episódios, God’s Blood.

Neste que é o primeiro filme da série Heartbeats of the World, cada conto investiga a relação do indivíduo com o objeto de sua fé, oferecendo um painel multicultural de diferentes religiões diante de temas como o nascimento e a morte, a fé perdida e reencontrada, a crise ambiental e cultural e a fragilidade humana, em narrativas que estimulam a reflexão, o diálogo e a mudança. O longa teve sua estreia mundial no mês passado, no Festival de Veneza. Arriaga, ao lado de Babenco, estará na sessão do filme na segunda-feira, dia 29, às 19h15 no Cinépolis Lagoon.

A ocasião será também uma celebração da vida e da obra do diretor e roteirista nascido em 1958 na Cidade do México. Ele será o centro de uma homenagem feita pela FIPRESCI, a Federação Internacional de Críticos, que o escolheu como a Personalidade Latino-Americana do Ano, prêmio que já é tradicional dentro da programação do Festival do Rio. A noite de segunda promete muitas emoções, tanto dentro quanto fora da tela.