Festival do Rio festeja os múltiplos talentos de Maria Bethânia A cantora é tema de dois filmes em 2017: um ensaio poético de língua portuguesa, dirigido por Mônica Monteiro, e uma pesquisa das conexões entre o carnaval carioca e as festas populares da Bahia, no filme de Márcio Debellian. Bethânia vai estar presente na estreia de Karingana - Licença para Contar, no CCLSR - Cine Odeon Net Claro.
O Festival do Rio já tem várias datas para celebrar os múltiplos talentos de Maria Bethânia. E a primeira delas é o dia 6 de outubro, com a exibição, às 18h, no CCLSR - Cine Odeon NET Claro, do filme Karingana - Licença para Contar, de Mônica Monteiro. A sessão de estreia vai ter a presença de Maria Bethânia, ao lado do escritor José Eduardo Agualusa, da cantora Mingas e da diretora Mônica Monteiro. O documentário acompanha a cantora até Moçambique, onde ela apresenta um ensaio poético na forma de um espetáculo, na companhia de dois músicos, violão e percussão. E em meio aos poemas recitados por Bethânia, trechos de várias obras conectadas com diferentes formas de expressão da língua portuguesa, há depoimentos de escritores como o angolano José Eduardo Agualusa e o moçambicano Mia Couto. Assim, o espetáculo que começa em Maputo, Moçambique, passeia também por Angola e por histórias que fazem parte da experiência da vida na África da língua portuguesa.
A palavra Karingana quer dizer justamente isto: uma licença para contar histórias. E o filme de Mônica Monteiro fala das muitas conexões entre as literaturas dos dois países africanos com os idiomas nativos, da troca intensa entre as tradições orais e a artesania da língua na literatura desses escritores. O ensaio poético de Maria Bethânia vai tecendo as tramas entre poesia, música, literatura e os contadores de histórias populares. O que se busca no roteiro de Monica Monteiro é a importância fundamental da cultura e da língua, dos escritos e dos falares, na resistência à colonização. Antes e durante o espetáculo, os escritores conversam com a intérprete sobre a língua portuguesa, seus sotaques e diferenças de um país para o outro. O filme também traz depoimentos de estudiosos da língua portuguesa.
Mas Karingana - Licença para Contar não é o único filme do Festival do Rio que tem Maria Bethânia como protagonista de suas histórias. Homenageada em 2016 pela Mangueira no desfile das escolas de samba, Maria Bethânia teve sua vida contada na avenida transformada em fio condutor do filme Fevereiros, dirigido por Márcio Debellian. O documentário acompanha construção do carnaval de 2016, desde os desenhos das primeiras alegorias até os desfiles na avenida, e depois segue viagem com a cantora para o Recôncavo baiano, participando de seu ambiente familiar, dos cultos religiosos e das festas da sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação, conhecendo o universo que inspirou o enredo e desvendando algumas influências baianas no surgimento do samba carioca.
Fevereiros faz parte da mostra Retratos, da Première Brasil. Dois irmãos Veloso, Mabel e Caetano, dão depoimento no filme, que constrói um diálogo entre a construção do enredo da Mangueira e as festas populares de Santo Amaro. O documentário de Márcio Debellian vai ser exibido nos dias 12, 13 e 14 de outubro. Dia 12 no Cinepolis Lagoon, dia 13 no Espaço BNDES e no dia 14 no Roxy 2.
Saiba mais sobre as sessões dos filmes:
Karingana - Licença para Contar. De Monica Monteiro. Brasil/Moçambique/Angola. Documentárrio. 73min.
Maria Bethânia leva pela primeira vez o seu ensaio poético até Moçambique. A intérprete apresenta trechos de obras conectadas com diferentes formas de expressão em língua portuguesa. Com depoimentos de Mia Couto, José Agualusa e de diversos escritores e críticos de Moçambique e Angola, o documentário apresenta o desenvolvimento da literatura nos dois países, tratando de sua importância na resistência à colonização, a conexão com os idiomas nativos, as tradições orais e a influência de escritores brasileiros.
Saiba mais: http://www.festivaldorio.com.br/br/filmes/karingana-licenca-para-contar
Fevereiros. De Marcio Debellian. Brasil. Documentário. 73min.
A Mangueira foi campeã do carnaval 2016 com uma homenagem a Maria Bethânia, escolhendo como recorte principal a peculiar religiosidade da cantora, que é devota do catolicismo e do candomblé. O filme acompanha construção deste carnaval, desde os desenhos das primeiras alegorias até os desfiles na avenida, e segue viagem com Maria Bethânia para o Recôncavo baiano, participando de seu ambiente familiar, religioso e das festas da sua cidade natal, Santo Amaro, conhecendo o universo que inspirou o enredo e desvendando algumas influências do Recôncavo no surgimento do samba carioca.
Saiba mais: http://www.festivaldorio.com.br/br/filmes/fevereiros
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