Publicado em 29/09/2024

A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji (2013), de Takashi Miike
A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji (2013), de Takashi Miike

A longa história do festival com o diretor Takashi Miike parecia ter chegado ao fim na repescagem do ano passado, com a exibição de seu (suposto) último filme, Kubo (2023). Pois não, ainda não. É com grande prazer que o Festival do Rio 2024 — que acontece entre os próximos dias 3 e 13 de outubro — anuncia a exibição da trilogia A Balada do Espião do cineasta japonês na mostra Panorama Mundial, com os filmes A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji (2013), A Balada do Espião: Hong Kong Capriccio (2016) e A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji – Final (2021).

Baseado na série mangá Mogura no Uta (2005–2008), A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji introduz o singular protagonista da trilogia — um policial com grande senso de justiça que se formou na academia policial com a pior nota da história. Demitido por má conduta, Reiji acaba contratado para se tornar um agente infiltrado e entrar no clã Sukiya-kai (considerado o maior grupo criminoso da região), no qual vira o favorito do chefe. À medida que o tempo passa, Reiji enfrenta dilemas e conflitos que o levam a grandes descobertas.

A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji (2013), de Takashi Miike
A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji (2013), de Takashi Miike

A Variety acertou quando previu, em 2013, que “esta comédia de ação ininterrupta sobre um espião da polícia inepto que prende a maior quadrilha de drogas do Japão” se tornaria xodó dos fãs do cineasta japonês. “O cultuado diretor Takashi Miike é como um garoto com déficit de atenção e muitos brinquedos à sua disposição: brincar com um só seria entediante, certo?", escreveu o crítico Jay Weissberg, incorporando à sua crítica o tom cômico da obra: “A edição rápida mantém as cenas avançando de uma perseguição implacável para outra, juntando os visuais hiperativos em um estilo que Miike tornou sua marca”.

Reiji volta à cena com A Balada do Espião: Hong Kong Capriccio, quando o protagonista recebe a importante missão de acabar com um líder mafioso chinês e ser segurança do chefão Shuho Todoroki, que comanda a maior e mais temida organização da yakuza, e de sua filha, Karen Todoroki. Além disso, ele é procurado pela polícia e precisa lidar com Shinya Kabuto, o chefe do departamento anticrimes que deseja sua cabeça a todo custo.


A Balada do Espião: Hong Kong Capriccio (2016), de Takashi Miike

Hong Kong Capriccio é “uma continuação perfeita e um excelente complemento ao filme original” segundo o crítico Grant Watson. “O diretor Takashi Miike repete a loucura desenfreada do seu sucesso de 2013 sobre a polícia e a yakuza em uma sequência com ainda mais ação, novamente estrelando o impecável Toma Ikuta”, destaca Deborah Young para o site The Hollywood Reporter, deixando um alerta: “Não queira ver lógica”. A crítica reflete ainda que, “depois de fazer uma taxa de dois ou três filmes por ano que reúnem extravagâncias visuais rápidas e banhos de sangue, Miike chegou ao ponto em que pode, sem esforço, misturar gêneros e retratar o ultrajante” e ainda manter seus fãs “vidrados” em seus filmes.

A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji – Final retrata o agente duplo mais maluco do Japão em sua última missão. Já infiltrado na Yakuza, Reiji precisa acabar com a organização criminosa dentro de um luxuoso navio. O filme, é claro, reúne o absurdismo, as reviravoltas imprevisíveis e estúpidas e a experiência agradável que marcam toda a trilogia. “A narrativa de Miike é rica em ação – desde cortes eletrizantes e lutas cruéis a movimentos sobre-humanos –, mas também recebe uma pitada de romance e emoção”, escreve P-J Van Haecke, que é crítico e psicólogo e traz reflexões interessantes sobre a construção psíquica de Reiji.


A Balada do Espião: Agente Secreto Reiji – Final (2021), de Takashi Miike

“Como seus antecessores, esta é uma comédia de ação fálica. O elemento fálico da narrativa não é apenas evidente no impacto do impulso sexual insaciável de Reiji e em seu desejo de ser o objeto de desejo para a outra mulher em suas ações, significantes e fantasias, mas também na dinâmica de "castração" entre ele e sua namorada Junna (Riisa Naka). Agente Secreto Reiji – Final destaca lindamente que um sujeito feminino não é apenas importante para conceder ao sujeito masculino a possibilidade de sentir como se ele fosse o falo para ela, mas também que ela tem o poder de destruir tal fantasia, reduzi-lo às lágrimas e confrontá-lo com quem ele realmente é: um animal castrado”, reflete P-J Van Haecke.

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