Publicado em 13/09/2024


O Império (L'empire), de Bruno Dumont

Envolta em mistérios e superstições, esta sexta-feira 13 pode ser o dia de sorte para os cinéfilos que são fãs de uma das mostras mais queridas e tradicionais da programação do Festival do Rio. Nesta data, por vezes temida, por vezes celebrada, divulgamos os primeiros filmes confirmados na tradicional mostra Midnight Movies, dedicada a filmes de propostas ousadas e não convencionais.

A seleção conta com filmes de terror, ficção científica e até mesmo dramas, comédias e produções experimentais que desafiam as classificações de gênero cinematográfico. 

Com produções brasileiras e internacionais, a lista ainda contempla filmes que foram exibidos para as plateias de festivais como Berlim, Cannes e Sundance. Conheça os primeiros longas confirmados na Midnight Movies a seguir.

  • O Império (L'empire), de Bruno Dumont
  • The Visitor, de Bruce LaBruce
  • Rainhas do Drama (Les Reines du Drame), de Alexis Langlois
  • O Crepúsculo do Pé Grande (Sasquatch Sunset), de David Zellner e Nathan Zellner
  • Baldiga - Coração Aberto (Baldiga - Unlocked Heart), de Markus Stein
  • Os Hiperbóreos (Los Hiperbóreos), de Joaquín Cociña e Cristóbal León
  • No Nosso Sangue (In Our Blood), de Pedro Kos
  • Abraço de Mãe, de Cristian Ponce
  • A Herança, de João Cândido Zacharias

O 26º Festival do Rio acontece de 3 a 13 de outubro. A programação completa será divulgada nas próximas semanas no site e redes sociais do festival. Conheça mais sobre cada um dos primeiros filmes confirmado na mostra Midnight Movies a seguir.

O Império (L'empire), de Bruno Dumont

Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Berlim de 2024, O Império (L'empire) leva o cinema estilizado e ousado do realizador francês Bruno Dumont para o território sci-fi. O filme, uma versão “cáustica e maluca” da franquia Star Wars, faz uma sátira ao gênero da ficção científica. A obra foi elogiada pela crítica do The Hollywood Reporter, que a definiu como “definitivamente original e, como de costume, impecavelmente feita”.

O filme se passa numa vila de pescadores tranquila e pitoresca na Costa Opal, no norte da França. O ritmo pacato do local é interrompido quando algo finalmente acontece: o nascimento de um bebê especial. A chegada da criança se torna um evento tão único e peculiar que desencadeia uma guerra secreta entre forças extraterrestres do bem e do mal.


The Visitor, de Bruce LaBruce

O longa-metragem The Visitor, do provocativo realizador Bruce LaBruce, apresenta uma releitura erótica, cheia de liberdades, de Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini. A produção integrou a Mostra Panorama do Festival de Berlim 2024.

Ambientado na cidade de Londres nos dias de hoje, o filme traz cenas de sexo não-simulado e começa apresentando a história de um refugiado que aparece nu em uma mala na margem do rio Tâmisa. O enigmático visitante se apresenta a uma família burguesa de classe alta e é convidado a morar com eles como funcionário. Ele passa a seduzir cada membro da família em uma série de encontros sexuais explícitos, virando o mundo deles de cabeça para baixo e permitindo que se redefinam de maneiras radicais.


Rainhas do Drama (Les Reines du Drame), de Alexis Langlois

A produção Rainhas do Drama (Les Reines du Drame), de Alexis Langlois, mescla os gêneros de drama, comédia e musical. Na trama, que se passa no ano de 2005, uma jovem estrela pop em ascensão chamada Mimi Madamour (Louiza Aura) engata um tórrido e caótico romance com Billie Kohler (Gio Ventura), ícone queer da cena punk. Com personalidades em rota de colisão, as duas vivem uma dança de amor e ódio, entre a glória e a autodestruição.

Para o Indiewire, o longa-metragem é uma celebração do que o que a música tem de mais emocional e mais potente. “Este é o tipo de filme underground formador de caráter ao qual você pode jurar fidelidade para o resto da vida, especialmente se você o vê pela primeira vez em uma certa idade”, avalia a publicação. Alma Jodorowsky, Asia Argento, Bilal Hassani e Nana Benamer completam o elenco de apoio.

O Crepúsculo do Pé Grande (Sasquatch Sunset), de David Zellner e Nathan Zellner

O drama fantástico de teor absurdista O Crepúsculo do Pé Grande (Sasquatch Sunset), de David Zellner, traz Riley Keough (da série Daisy Jones & The Six) e Jesse Eisenberg (indicado ao Oscar por A Rede Social) de um jeito que os espectadores jamais viram. Os dois interpretam um casal de pés grandes, que lideram aquela que deve ser a última família dos primatas enigmáticos que povoam o imaginário sobre o seres das florestas da América do Norte. A produção foi exibida nos festivais de Sundance e Berlim.

Na trama, a família de gigantescas criaturas peludas embarca em uma jornada pela sobrevivência, rodeada por um mundo hostil em constante mudança. O filme não tem diálogos e os atores se comunicam apenas por grunhidos, debaixo de uma pesada caracterização. “Estou muito grato por as pessoas reconhecerem o brilhantismo que todos enxergamos [no longa-metragem]”, celebrou Eisenberg, também produtor do filme, durante o festival SXSW. “É um filme tão peculiar e, como o David [Zellner, diretor] diz, ou você entende, ou não. Se você comprar a ideia, você ama cada detalhe do filme, ele ressoa em você, e você entende nosso objetivo, que é fazer um filme que seja incrivelmente engraçado, absurdista e, ao mesmo tempo, profundamente emocionante e sincero.”


Baldiga - Coração Aberto (Baldiga - Unlocked Heart), de Markus Stein

O documentário alemão Baldiga - Coração Aberto (Baldiga - Unlocked Heart), de Markus Stein, integrou a Mostra Panorama no Festival de Berlim deste ano e agora desembarca na Midnight Movies do Festival do Rio. Apresentando trechos de diários, fotografias e memórias de companheiros, o documentário pinta um retrato de Jürgen Baldiga, a artista alemão que, usando sua câmera, capturou com sensibilidade e autenticidade a cena queer de Berlim Ocidental nos anos 1980 e 1990.


Os Hiperbóreos (Los Hiperbóreos), de Joaquín Cociña e Cristóbal León

Com direção de Joaquín Cociña e Cristóbal León, a produção chilena Os Hiperbóreos foi colocada pela revista Variety na esteira de outras produções do país latino-americano que trazem narrativas ousadas e misturam diferentes gêneros cinematográficos, como O Conde (2023) e Os Colonos (2023).

Na trama, a atriz e psicóloga Antonia Giesen decide filmar um roteiro revelado por uma voz da mente de um dos seus pacientes. Ela cria, em colaboração com a dupla de cineastas, um cruzamento entre teatro, ficção científica, animação e biografia inventada povoado por mundos paralelos e assombrado pelo fantasma demoníaco de um escritor chileno nazista. Exibido na quinzena dos Cineastas no Festival de Cannes 2024.


No Nosso Sangue (In Our Blood), de Pedro Kos

Com a atriz brasileira Bianca Comparato no elenco, o terror estadunidense No Nosso Sangue é o primeiro filme de ficção do documentarista Pedro Kos. Investindo no estilo de horror found-footage, o filme acompanha uma cineasta (Brittany O’Grady, da série The White Lotus) e um diretor de fotografia (E. J. Bonilla) que se unem na intenção de rodar um documentário intimista sobre o reencontro da diretora com sua mãe, que ela não encontra há mais de uma década. Ao descobrir que a mulher está desaparecida, a dupla de realizadores começa a juntar as peças de um sinistro quebra-cabeça.


Abraço de Mãe, de Cristian Ponce

Em estreia mundial no Festival do Rio, o longa-metragem Abraço de Mãe foi anunciado com os demais longas-metragens nacionais, incluindo os das mostras competitivas da Première Brasil.

Estrelado por Marjorie Estiano, o filme de terror se passa no Rio de Janeiro em fevereiro de 1996, durante um dos temporais mais impiedosos que já atingiram a capital fluminense. Durante a tempestade, Ana e uma equipe de bombeiros precisam evacuar um asilo com risco de desabamento — mas descobrem que os misteriosos moradores da casa têm outros planos com a chegada da chuva. Com direção do cineasta argentino Cristian Ponce, o filme traz Chandelly Braz, Javier Drolas, Reynaldo Machado e Val Perré no elenco.


A Herança, de João Cândido Zacharias

Outro filme de terror nacional já anunciado na Midnight Movies é A Herança, horror queer com toques de melodrama. Após receber a notícia da morte de sua mãe, Thomas retorna ao Brasil com o namorado, Beni. Chegando ao destino, descobre ser o único herdeiro de uma avó que nunca chegou a conhecer. Curioso para se reconectar com a história da família, eles visitam a casa e Thomas é recebido por duas tias idosas que o tratam como um filho há muito perdido. À medida que Thomas fica cada vez mais encantado com o lugar, Beni começa a suspeitar que algo maligno se esconde sob a fachada de uma vida tranquila no campo.

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