Cine Encontro: Grandes nomes das artes cênicas são tema de debate Vida e carreira de Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça são o tema do documentário O Cravo e a Rosa.
Texto: Milena Madeira
Nesta terça-feira (10), foi exibido o documentário O Cravo e a Rosa, que fala sobre os 60 anos de carreira do casal de atores Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça e conta com entrevistas de grandes nomes do teatro, cinema e televisão como Fernanda Montenegro, Tony Ramos e Bibi Ferreira. Após o filme, ocorreu um debate mediado pelo jornalista e crítico de cinema Daniel Schenker.
A produtora e idealizadora do projeto Kellys Kelfis de Abreu contou sobre como surgiu a ideia de fazer o filme. Ela conheceu Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça ao convidá-los para serem jurados em um festival de teatro. “Logo depois eu percebi que precisava me redimir. Eu pensei: Eles não podem ser jurados no meu festival! Eles têm que ser homenageados! ”, daí surgiu o troféu Rosamaria Murtinho de melhor atriz e o troféu Mauro Mendonça de melhor ator.
Concomitantemente surgiu a ideia do filme. “Eu achei que o troféu não era suficiente diante do tamanho da carreira deles. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um filme. Para que todos tivessem a oportunidade que eu tive de conhecer a trajetória deles”. A produtora também ressaltou que o projeto foi feito com muito pouco dinheiro e sem apoio governamental, “foi o amor que moveu esse projeto”, afirmou.
O filme, contudo, não fala apenas do casal. É mostrada toda a geração de grandes atores da história recente do teatro brasileiro. “A gente precisava mostrar para o espectador o que é essa arte” afirmou o diretor Jorge Farjalla. Muitas pessoas na plateia elogiaram e se disseram muito emocionadas com o filme, que foi o primeiro longa de Farjalla e também seu primeiro trabalho documental.
A roteirista Silvia Polidoro lembrou o fato de que, apesar do diretor ser um homem, o filme é de uma equipe essencialmente feminina, “o filme foi protagonizado, idealizado, roteirizado, produzido, fotografado e montado por mulheres. Estamos num cinema de guerrilha e muito feminino”, e completou: “Alma de artista não tem sexo”.
Ao ser questionado pela plateia sobre alguns trabalhos dos atores que não entraram no filme, o diretor lembrou a vasta quantidade de produções com a participação do casal. “Se a gente fosse mostrar tudo, precisaria ter O Cravo e a Rosa 1, 2 e 3”.
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