Publicado em 02/10/2013

A boa recepção do público foi o destaque da conversa em torno do documentário Cidade de Deus – 10 anos depois, que acompanha parte do elenco do filme de Fernando Meirelles e Kátia Lund uma década após o lançamento dessa produção de grande sucesso.

O crítico de cinema Carlos Alberto Mattos deu início ao debate destacando que Cidade de Deus é um marco do cinema brasileiro, que exerceu grande influência tanto no contexto cinematográfico nacional quanto no âmbito internacional. Mattos questionou então o viés adotado pelo documentário, que se concentra nas trajetórias dos atores ao longo desses dez anos.

Cavi Borges, um dos diretores da obra, explicou que a ideia do projeto surgiu através da jornalista Maria do Rosário Caetano, que escreveu uma matéria sobre o tema. Diante da proposta sugerida por Caetano, Borges convidou Luciano Vidigal para dividir com ele a direção do projeto.

Vidigal, que é ator há 22 anos e também trabalhou no longa de Meirelles, contou que essa experiência foi fundamental, já que ele conhecia bastante bem a vivência dos personagens retratados pelo documentário. Essa abordagem centrada no elenco foi uma sugestão do diretor do filme original, disse Borges, que avaliou ainda: “Mostrando os atores a gente queria mostrar um pouco do Brasil, como é ser ator aqui e as mudanças dos últimos dez anos”.

O editor e roteirista André Sampaio falou sobre o processo de edição, que se deu ao longo das filmagens. “A gente foi descobrindo o filme à medida que o material ia chegando”, contou.

A produtora Carla Osório comentou as dificuldades de viabilização da empreitada, a despeito do apelo comercial do tema. “Ainda é muito difícil fazer cinema independente no Brasil”, declarou. Osório discutiu ainda a questão racial abordada na obra, ressaltando a importância de tratar da dificuldade dos atores negros de se inserirem no mercado. Com relação a esse ponto, os atores Eduardo Br e Daniel Zettel, personagens do documentário, declararam torcer para que a obra consiga resgatar aqueles que permanecem à margem.

Texto: Maria Caú

Fotos: Viviane Laprovita




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