Publicado em 13/10/2016


Por: Dominique Valansi

A Cinemateca do MAM, um dos templos da memória do cinema brasileiro foi palco de uma homenagem, na noite de 12 de outubro, ao cineasta Cacá Diegues. Além da exibição comemorativa dos 50 anos de A Grande Cidade, filme do diretor produzido em 1966, a sessão ainda contou com a entrega do Prêmio FIPRESCI pelo conjunto de sua obra. A noite foi apresentada por Ricardo Cotta, diretor da Cinemateca, a diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago e o Secretário Geral da Federação Internacional de Críticos de Cinema, Klaus Eder.

A presença da FIPRESCI dentro do Festival do Rio já vem de muito tempo. Anualmente, um júri de críticos escolhe o Melhor Filme Latinoamericano dentro da seleção do festival, atravessando as mostras Première Brasil e Première Latina. E há alguns anos foi instaurado do Prêmio de Personalidade Latinoamericana, que já celebrou a trajetória de nomes como Pablo Trapero, Patricio Guzmán, José Carlos Avellar, Walter Lima Júnior, Guillermo Arriaga, entre outros.

“Eu queria agradecer não só ao trabalho maravilhoso que vem sendo feito na Cinemateca, mas também por nos acolherem aqui. Eu acho que o Festival serve para isso, ser uma plataforma para que a gente possa reverenciar e lembrar sempre o quanto é importante o que já foi feito e que isso faz parte do nosso imaginário e da razão pela qual existe o cinema e obviamente, os festivais. A Cinemateca passa a ser para nós também um local de celebração, de homenagens. ”, declarou Ilda Santiago.

Klaus Eder contou como conheceu o Cinema Novo e os filmes feitos por Carlos Diegues em um festival de cinema na Alemanha nos Anos 1960 e como aquelas produções eram o que ele e seus amigos gostariam de fazer na época. “Este prêmio é um pequeno agradecimento por sua imensa obra”, declarou, ao entregar o troféu da FIPRESCI .

“Eu me sinto muito honrado, muito agradecido por esse prêmio. Eu acho que não existe um fazer cinematográfico sem um pensar cinematográfico. Não existe a realização de um filme sem um pensamento sobre este filme. E a Federação Internacional de Críticos de Cinema é um ícone deste ideal. Tudo que aprendi na minha vida foi no cinema. Vendo filmes e praticando uma cultura cinematográfica se tornou a minha razão de viver. E eu acho que todos os filmes que eu fiz na minha vida foram resultado dos filmes que eu vi. E receber este prêmio é uma consagração desta ideia. Ver e fazer é mais ou menos o mesmo mundo”, afirmou o diretor.

Carlos Diegues dedicou o prêmio aos amigos Hector Babenco e José Carlos Avellar. “São duas pessoas que foram muito importantes para a minha vida e para o cinema brasileiro. Duas luzes que vão permanecer acesas”.  





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