Publicado em 22/09/2024

Bird, de Andrea Arnold — Foto: © Atsushi Nishijima
Bird, de Andrea Arnold — Foto: © Atsushi Nishijima

Por Domi Valansi

Como sentir um sopro de liberdade em meio ao caos cotidiano? No caloroso e sensível Bird, escrito e dirigido pela premiada Andrea Arnold, vencedora do Oscar de melhor curta-metragem por Wasp (2003), acompanhamos a vida de Bailey (Nikia Adams), uma menina de 12 anos que leva uma vida dura em Gravesend, uma das áreas mais carentes do Reino Unido, com poucas perspectivas de futuro. 

Ela vive com seu irmão Hunter (Jason Buda) e seu jovem pai Bug (Barry Kheogan, ator de Saltburn e Os Banshees de Inisherin), que não tem muito tempo para se dedicar aos filhos, em uma ocupação. Em paralelo, ela visita a mãe alcoólica com frequência, para cuidar de seus outros irmãos. 

A realizadora mais uma vez opta pelo seu estilo realista, com uma câmera íntima que mostra o ponto de vista dos personagens. E é notável como Bailey percebe e interage com o mundo de uma outra maneira, incomum às pessoas ao seu redor. Em contraponto ao urbano, a natureza e os pássaros, manifestam para ela liberdade e leveza. A menina filma pássaros com seu celular e depois projeta as imagens na parede de seu quarto.

Bird, de Andrea Arnold — Foto: © Atsushi Nishijima

Bird, de Andrea Arnold — Foto: © Atsushi Nishijima

Em busca de atenção e novas formas de contato, Bailey passa a fazer parte de uma gangue de amigos mais velhos. A rotina monótona e marcada pela vulnerabilidade então muda quando Bailey conhece Bird (interpretado por Franz Rogowski), um misterioso jovem com sotaque alemão, que lhe aparece como uma espécie de refúgio. Conectados, todas as noites eles sobem no topo do prédio mais alto da cidade para observar o horizonte. 

Destaque na 77ª edição do Festival de Cannes, Bird concorreu à Palma de Ouro, à Queer Palm e venceu o Prêmio da Cidadania. E agora integra a mostra Panorama Mundial, seleção do Festival do Rio que inclui os filmes mais aguardados dos principais eventos internacionais.

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