Publicado em 05/10/2013

O fim de semana do Cine Encontro começou neste sábado (05) com a mesa em torno do documentário Damas do samba, de Susanna Lira, que contou com a mediação do professor da PUC Sérgio Motta.

A diretora e o mediador deram início à conversa falando do resgate cultural promovido pelo filme. “O samba não é só um gênero musical, é uma cultura de resistência”, afirmou a realizadora. Sobre o empoderamento feminino como tema da narrativa, que revela a força da mulher no contexto do samba, Lira declarou que a escolha desse viés deriva da sua admiração pela mãe. “Eu procuro a minha mãe nessas mulheres, e tento homenageá-la através delas”, explicou, revelando ainda a preocupação de mostrar que o papel da mulher no samba não está circunscrito à exposição do corpo, ganhando uma dimensão muito maior e mais profunda. Para ela, é importante dar visibilidade às mulheres que se dedicam ao fazer do samba, mesmo aquelas que permanecem nos bastidores.

Nilce Fran, passista da Portela, e Lucinha Nobre, porta-bandeira da Mocidade, ambas personagens do documentário, contaram um pouco sobre suas trajetórias nesse universo, abordando a marginalização desse espaço e o preconceito racial do país. “O samba é o meu dom, a minha arte, é de onde eu tirei o meu sustento”, colocou Fran, que lembrou ainda seu trabalho social no meio. Nobre, por sua vez, declarou-se emocionada com o resultado final, comentando: “É muito bacana ter a nossa história contada”.

Com relação ao processo de edição, que levou cerca de sete meses, o montador Paulo Mainhard ressaltou a liberdade criativa que recebeu para esculpir o extenso material. “Foi um trabalho braçal”, explicou. Nessa direção, a realizadora informou a intenção de que o filme se transforme em uma série de televisão em breve.

Texto: Maria Caú

Fotos: Viviane Laprovita




Voltar