As contradições sociais do Rio de Janeiro no longa de Fellipe Barbosa Premiado no Festival de Paulínia, Casa grande foi debatido ontem na Sede do Festival
O mediador da conversa, o crítico de cinema Rodrigo Fonseca, apontou que o longa trata das contradições sociais do Rio de Janeiro, sem deixar de se construir também como uma reflexão sobre o amadurecimento, conciliando esses dois vieses com competência. O diretor disse que sua intenção era falar de um ponto de partida que lhe era familiar, fazendo um filme sobre a classe alta, mas “usando a riqueza como algo a ser confrontado”. Barbosa revelou ainda que algumas das situações narradas foram inspiradas nas suas vivências, como o fato de o protagonista estudar no Colégio de São Bento, ou a experiência de ter que lidar de repente com uma nova realidade financeira.
A produtora Iafa Britz falou das dificuldades enfrentadas para viabilizar a obra, e disse ter se identificado com o projeto já de início.Os membros mais jovens do elenco, Bruna Amaya, Alice Melo, Victor Camelo e Thales Cavalcanti, elogiaram a direção, apontando que Barbosa conseguiu lidar com atores inexperientes de forma a deixá-los confortáveis em cena. O realizador lembrou que Camelo, que tem formação musical, também compôs uma das músicas do filme.
A atriz Suzana Pires falou de sua parceria com Barbosa, que já dura oito anos e vem do universo dos curtas-metragens, sublinhando a confiança e a sintonia entre eles. “Ele é um diretor com um raro olhar para os atores: ele entende a nossa loucura”, declarou.
As também atrizes Clarissa Pinheiro − premiada pelo papel no Festival de Paulínia deste ano − e Marília Coelho completaram, destacando a serenidade e a generosidade do cineasta, e aplaudindo a união da equipe como um todo. O diretor e a atriz Suzana Pires elogiaram também a atuação de Novaes, que descreveram como um ator muito técnico e comprometido com o filme. “Foi incrível trabalhar com ele”, afirmou Pires.Tanto o diretor quanto o protagonista discutiram o título do filme. “Essa casa grande não é mais a de Gilberto Freyre, mas, quanto mais ela se transforma, mais ela se mantém a mesma”, ponderou Barbosa ao fim da discussão.
Texto: Maria Caú
Fotos: Giulia Accorsi
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