Agnaldo Timóteo é tema de cinebiografia Muitos aplausos na estreia de “Eu, Pecador”, do diretor Nelson Hoineff.
“Recomendaram dizer que esta noite somos todos pecadores!”, afirmou Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio, em uma alusão ao título do longa-metragem, arrancado risos da platéia. “A apresentação desta noite eu vou fazer em duas partes. A primeira é pra dizer da felicidade de receber mais um filme de Nelson Hoineff. Ele é da família. Eu nunca digo não pra nada que o Nelson me pede porque ele é alguém que acompanha o festival há muitos anos, não só como crítico de cinema, mas como diretor. Como alguém que sempre nos prestigia e tem uma capacidade enorme, uma generosidade enorme em criar estes retratos, não só de grandes nomes, mas de nomes que fazem parte da nossa alma, nosso coração. A segunda parte é que é muito lindo receber Agnaldo Timóteo aqui esta noite”, contou.
Em seu discurso, o diretor Nelson Hoineff afirmou que não imagina lançar filmes em outro lugar que não seja o Festival do Rio, agradeceu à sua talentosa equipe e rasgou elogios ao cantor, antes de chamá-lo ao palco.
“O filme que vocês vão ver não é uma biografia do Agnaldo Timóteo. É um recorte de alguns momentos que eu considero importantíssimos. Fizemos este documentário em pouco mais de um ano e eu acredito muitíssimo nele. Timóteo é uma das pessoas mais ricas que eu já conheci, verdade que uma das mais contraditórias. Mas como diria Nelson Rodrigues, a contradição é própria dos gênios. Uma pessoa que não seja contraditória, ela é pasteurizada. O Timóteo tem uma importância singular na música brasileira, e eu ouso dizer, na política brasileira também. E o que será exibido aqui é um Timóteo que vocês certamente não conhecem. Que me deu o prazer de realizar este filme”.
Ovacionado, o cantor subiu ao palco do Odeon. “Eu não sei o que iremos ver. Ainda bem que só vou tomar conhecimento agora!’, brincou. O Timóteo contou que no filme percorreu alguns bairros do Rio de Janeiro com o diretor, enquanto fazia campanha política. O filme também traz passagens de sua carreira em Brasília. “Eu achava podia resolver as coisas na porrada, mas no Parlamento só se resolvem as coisa dialogando”.
Lembrando que em alguns dias estaria completando 81 anos, ele afirmou que no longa-metragem não tem farsas. “Espero que possamos ver um bom trabalho do Nelson. Confesso que estou aqui em pânico – pensando até em assistir ao filme lá de cima [no segundo andar do cinema]! Nelson, muito obrigado!”, se despediu.
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