A vida da comunidade LGBT nas favelas cariocas O documentário Favela gay, de Rodrigo Felha, foi debatido hoje na Sede do Festival
Antes de dar início ao debate, o jornalista Luiz Carlos Merten lamentou profundamente a morte do ator e diretor Hugo Carvana, ocorrida na manhã deste sábado (04), para só então questionar o diretor com relação à escolha dos personagens que compõem a narrativa, cuja força ressaltou. O realizador sublinhou a importância do trabalho de pesquisa de Ana Murguel e Marcos Moura na busca dos entrevistados do filme. Revelou ainda que, como morador da Cidade de Deus, via a necessidade de registrar o cotidiano dessas regiões menos favorecidas do Rio Janeiro. Felha informou ainda que boa parte da equipe técnica do filme reside nessas localidades, e contou um pouco sobre o desafio de selecionar os personagens do documentário: “Todas as histórias me encantavam. Se não fosse o Cadu, o filme teria vinte entrevistados”, brincou, se referindo ao produtor Carlos Eduardo Valinoti, também presente à mesa.
Público e diretor destacaram a forma respeitosa com que as entrevistas foram conduzidas. Felha e Valinoti elogiaram o trabalho do montador, Quito Ribeiro, ao lidar com o extenso material produzido durante as filmagens. O produtor expôs que a opção por uma edição em blocos, em oposição ao modelo de entrevistas intercaladas, ressaltou a força de cada história individual apresentada. Valinoti lamentou ainda que algumas das pessoas selecionadas para participar tenham declinado o convite por medo de represálias.
Ao fim, a equipe agradeceu a oportunidade proporcionada pelo Cine Encontro de apresentar e discutir o longa-metragem, que pretende ampliar a representatividade dos membros da comunidade LGBT, ainda marginalizados na sociedade brasileira, e promover um espaço de conscientização, demolindo preconceitos.
Texto: Maria Caú
Fotos: Giulia Accorsi
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