A arquitetura de São Paulo em preto e branco Obra, primeiro longa-metragem de Gregorio Graziosi, foi discutido hoje na Sede do Festival
Destacando a atualidade do filme e a força da presença da cidade de São Paulo na narrativa, Trindade lembrou ainda que a escolha por uma fotografia em preto e branco agregou densidade dramática ao filme, e questionou a equipe com relação à opção. A esse respeito, o diretor revelou que a intenção era criar uma espécie de fusão entre os prédios e as pessoas, objetivo que o preto e branco ajudaria a alcançar. André Brandão, que assina a bela fotografia, completou, afirmando que São Paulo é uma cidade que não apresenta uma profusão de tons à primeira vista. “Nós percebemos que seríamos mais fiéis à nossa percepção de São Paulo em preto e branco do que em cores”, explicou, revelando ainda ter se inspirado nos filmes norte-americanos dos anos 1940.
Inventariando suas referências, o realizador citou o cinema italiano como grande norte: “Talvez seja aquele que mais move a minha alma”, ponderou, citando cineastas como Fellini e Antonioni, e destacando na obra deste último a relação entre os personagens e a arquitetura. O diretor, no entanto, mostrou-se tímido com relação a críticos que o comparam com esses grandes mestres: “Esses elogios são todos exagerados e descabidos”, declarou.
A equipe como um todo ressaltou a presença de São Paulo no longa. “É um filme que retrata São Paulo e, com o passar dos anos, ele vai ganhar mais e mais força por conta disso”, opinou Saladini.
Texto: Maria Caú
Fotos: Luiza Andrade
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