Publicado em 30/09/2013

Os amigos, longa da diretora Lina Chamie, foi o primeiro filme de ficção entre os concorrentes da Premiere Brasil a ser debatido na Sede do Festival, neste domingo, 29. A mesa foi mediada por Francisco Russo, editor do site Adoro Cinema, e contou com a presença de grande parte do elenco.

O filme mostra um dia na vida do arquiteto Théo (personagem de Marco Ricca), que é confrontado com a morte prematura de um amigo de infância. A amizade, aliás, foi o tema constante desse encontro, começando pela fala inicial da diretora, que ressaltou a importância das relações de amizade dentro e fora do filme, e confessou ter escrito o papel especialmente para Ricca, seu amigo pessoal.

O ator se disse privilegiado com a possibilidade de voltar a trabalhar com Chamie, com quem já havia rodado A via láctea, e descreveu a relação dos dois como um “encontro de almas”.Ricca elogiou ainda seus companheiros de elenco, em especial Lucas Zamberlan (o menino que interpreta Théo quando criança) e Dira Paes. Sobre Paes, foi enfático: “É a musa do nosso cinema”. Chamie engrossou o coro, declarando que Paes tem a capacidade rara de transitar por todos os tipos de cinema, do mais comercial àqueles de natureza autoral.

Dira Paes aplaudiu a importância da iniciativa do Cine Encontro de promover um intercâmbio entre público e realizadores. Disse ainda que a construção de sua personagem, Majú, foi um processo desafiador. Os outros membros do elenco presentes, assim como a produtora Sara Silveira e a diretora de arte Mara Abreu, falaram sobre a importância das relações de amizade que se estabeleceram entre os integrantes da equipe.

Silveira discutiu ainda as dificuldades de distribuição do cinema brasileiro, ainda incapaz de fazer frente aos blockbusters americanos, que lotam as salas, e sublinhou as qualidades do cinema de Chamie e o excelente trabalho de todo o elenco.

O público presente enalteceu as qualidades do filme de maneira emocionada, o que comoveu a equipe. Ao fim do debate, a diretora evocou o caráter de criação coletiva que é a alma do cinema. “O filme não é só meu, é de todos”, afirmou ela.

Texto: Maria Caú

Fotos: Viviane Laprovita



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