Publicado em 13/10/2015

Depois de grandes sucessos como Leonera (2008), Abutres (2010) e Elefante branco (2012), o aclamado diretor argentino Pablo Trapero lança seu novo filme, O clã, baseado na história real da família Puccio, que nos anos 1980 sequestrou e matou filhos de famílias ricas em San Isidro, região abastada da cidade de Buenos Aires. Ganhador do Leão de Prata de melhor direção no Festival de Veneza, o longa bateu recorde de público no final de semana de sua estreia na Argentina, no último mês de agosto, deixando para trás até mesmo o recordista anterior, Relatos selvagens, com mais de 500 mil ingressos vendidos.

Protagonizado por Guillermo Francella, um dos maiores atores argentinos da atualidade – presente também em O segredo dos seus olhos, de Juan José Campanella, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 –, O clã conta também com a atuação de Peter Lanzani no papel de Alejandro, o filho mais velho de Arquimedes Puccio. Famoso em seu país por trabalhos na televisão desde sua adolescência – nas séries Chiquititas, Quase anjos e Aliados, exibidas pela Telefe – e por sua carreira musical com a banda Teen Angels, Lanzani agora se dedica ao teatro, com uma montagem de Equus, de Peter Schaffer, e estreou no cinema com o filme de Trapero.

Lanzani esteve no Rio para a sessão de gala de O clã, realizada na segunda-feira 12, no Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, e nos contou sobre a experiência com Pablo Trapero, Guillermo Francella, e como foi encarnar um personagem tão polêmico da história recente da Argentina.

Como foi trabalhar com Pablo Trapero?

Foi fantástico. Pablo é um diretor super talentoso, é muito bom no que faz. Ele tem uma energia e uma paixão tão grandes pelo seu trabalho, que acaba contagiando todo mundo no set e sendo determinante.

Você já tinha trabalhado com Guillermo Francella?

Nunca tinha trabalhado com ele, só com o filho, Nicolás, que é muito amigo meu [os dois estrelaram as duas temporadas da série Aliados, exibida pelo canal argentino Telefe], mas já o conhecia e entre o fim de 2014 e o começo desse ano pude ver não só a enorme pessoa que é, mas também seu talento.

Já conhecia o caso dos Puccio? Como se preparou para o personagem?

Sim, já conhecia a história. Foi difícil a intepretação dos papeis e chegar às densidades e aos climas que surgem no filme.  Foi uma honra e um prazer fazer esse trabalho. Tentamos fazer o melhor possível e contar a história da maneira mais real possível.

Pablo pesquisava desde 2007 sobre a história, se encontrando com pessoas, e buscando reportagens e material de imprensa, e também documentos da época do processo.

Li livros, assisti a documentários e conversei com gente que conhecia Alejandro. A partir disso tentei ajustar os tons e enquadrar essa relação de pai e filho, como ela vai acontecendo para levar até a loucura e terminar sequestrando e matando pessoas.

Como tem sido a reação do público na Argentina?

A recepção na Argentina está incrível, um grande sucesso. Estamos batendo recordes. Muita gente viu o filme, e estão gostando muito. O mesmo aconteceu no Festival de Veneza e em outros festivais de que o filme está participando, esperamos que seja igual aqui no Rio!

Por Gabriel Demasi.

Foto: ciadafoto.




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